No nosso Brasil varonil,
no século passado, teve um político que foi questionado por ter sua assinatura
num cheque que indicava desvio de dinheiro. Ele, esperto como era, negou
veementemente, claro, e disse mais: “minha assinatura foi falsificada nesse
documento”. Era Paulo Maluf, aquele político paulista da máxima “rouba, mas faz”.
Obviamente, realizava grandes obras com altas quantias de desvio de dinheiro
público em benefício de si e dos seus. Levou décadas para ser preso.
Na atualidade, temos um
novo tipo de desculpas de político corrupto, cuja evolução patrimonial é
justificada pela venda de carros e de imóveis ultra valorizada, com sessão de
lágrimas e mentiras deslavadas. É o que temos visto no caso Bolsonaro, Queiroz
e a Coaf. Na aliança para proteger a turma, além dos militares, o STF (Supremo
Tribunal Federal), pastores etc, encontramos o ex juiz ora ministro da justiça,
outrora implacável com a corrupção, silenciado diante de seu novo chefe
presidente.
Não se pode tapar o sol
com a peneira, expressão usada popularmente para indicar que mesmo escondendo
coisas, elas aparecem como os raios de sol que ultrapassam os furos de uma
peneira. Sabemos que é dolorido acreditar em alguém ou algo e, depois ver toda
a confiança se desmanchando, mas encarar esses fatos é sinal de amadurecimento.
Na política, não é
diferente, você aposta suas fichas numa candidatura e ela pode decepcioná-lo ou
não. A maturidade politica, nesse caso, implica em não ficar desviando o foco e
jogando a culpa ou justificando pelos erros de outros que você não gosta ou
discorda. A maturidade política é maior do que isso. Ao invés de ficar tampando
o sol com a peneira, deve-se ir a luta e cobre do seu candidato eleito, afinal você
deu o sangue por ele, brigou com pessoas, uso seu carro e sua gasolina, usou seus
espaços nas redes sociais, foi em manifestações e carreatas, portanto, tem todo
o direito de cobrar dele e de sua família.
Chega um momento em que
se faz necessário não tampar mais o sol com a peneira pois os fatos são
gritantes e comprovam o que estava escondido. Não se trata de dedução de
procurador e de juiz e nem delação premiada sem documentos ou provas. A corrupção dos Bolsonaros está tão escancarada que
mostra que eles agiam impune e livremente na sociedade carioca, inclusive, com
indicações, a serem comprovadas, de envolvimento com as milícias.
Não adianta mais a
ironia e o cinismo de ministro, o silêncio de ex juiz ministro ou as posturas moralistas
absurdas de ministra pra servirem de cortina de fumaça para encobrir a
privatização de nossas riquezas, a perda de direitos, a previdência negociada
para grandes bancos privados, a
subserviência aos EUA.
Isso tudo assusta e
muito, não só a seus eleitores, mas, a toda sociedade brasileira. Se a família
fazia tudo isso, bem a vontade, em um Estado da Federação, imagina o que pode
fazer no Brasil, se não for freada. Precisamos, com urgência, nos sentir
confiantes e seguros em nosso país.
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