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domingo, 10 de agosto de 2014

O amor mais verdadeiro.

Essas datas comerciais são muito danadas e acabam por serem incorporadas nas nossas vidas. Hoje, dia dos pais, acordei mais sensível do que normalmente sou, apesar de uma amiga do movimento de mulheres ter tido que sou muito prática e não me imagina “olhando estrelas”. Sou sim, muito sensível e olho as estrelas e a lua...Mas, vamos falar dos pais. Tive a sorte de ter os pais que tive e, peço licença a minha mãe, Laura, para falar do meu pai, Angelo Tait. Um pai amigo acima de tudo e que sempre esteve presente em nossas vidas. Faz 9 anos que ele foi “antes do combinado”, como diz o Rolando Boldrin, mas sua presença está entre nós de forma muito forte e carinhosa. Lembro de algumas frases ditas por ele e de sua postura em momentos marcantes da minha vida: na época das filhas adolescentes: “mesmo se ficar cansada, nunca desista das filhas”; na separação “ a casa é sua, pode voltar a hora que quiser”; sobre as mulheres nos anos 1990: “as mulheres não aguentam mais os maridos porque são autônomas e estudadas hoje em dia”; na militância política, no movimento estudantil lá nos início dos anos 1980: “cuidado que muita gente sumiu por aqui por ser contra o governo militar”; sobre a honestidade: “a melhor coisa que tem é deitar a cabeça no travesseiro e dormi com a consciência limpa” ... Tivemos muitos momentos juntos. Alguns ficaram como lições de vida. Fomos companheiros de viagens e de passeios no Parque Exposição e na Festa das Nações. Quando era criança, com 5 anos, peguei uma borrachinha daquelas pequenas na feira. Quando chegamos em casa, ele viu e perguntou se eu paguei. Eu disse que não. Voltamos na feira, ele me fez devolver a borrachinha para o dono da banca, me pediu pra perguntar quanto custava, me deu o dinheiro e falou pra pedir e pagar a borrachinha. Com 6 anos, levei a única chinelada da minha vida: fiz a tal manha do “quero quero”. Nunca apanhei...Na adolescência, tinha que brigar pra passear e cumprir horário de retorno as 22 hs. Quando fechei o boletim no terceiro ano, com tudo 100,0 (é gente, eu nasci CDF), ele me deu uma boneca Susi, caríssima na época. Quando passei no vestibular. Ele foi me buscar de caminhão. Eu estava toda suja de ovos, farinha, água e pintada de baton pela minha prima Rose. Mas, ele não me trouxe pra casa, me levou na vó Marianna pra ela me ver e me abraçar. Ficou tão emocionado que não via a minha sujeira nem o cheirinho forte dos ovos nos meus cabelos. Orgulhoso e feliz no casamento levando a filha, no nascimento das netas, no concurso da UEM e tantos outros. No aniversário de 15 anos da Mariana, minha filha, primeira neta, ficou muito emocionado e começou a chorar e quando pedimos pra fazer a oração do Pai Nosso, eu o chamei pra ir na frente e os convidados pensaram que era pra começar a oração e continuaram...”Pai...”. Dava bronca nas meninas e ao mesmo tempo paparicava, misto de pai e avô. A Ana Carla anda com a foto dele na carteira. Nos visitou em Florianópolis, na época do doutorado. Aí nos fomos comer o prato típico da Ilha da Magia, “Sequência de Camarão”. Ao término do jantar: “só isso? Não tem um bife?” Nas eleições de 2004, meu pai se revelou um fantástico cabo eleitoral. Relutante em votar no Lula em 1989, se rendeu a filha “abobrinha” terrível, votou em 2002, sempre alegando que os militares não deixariam o Lula assumir, se ganhasse. Ainda bem que errou no diagnóstico. Coma filha, candidata a vereadora em 2004, me levou a todos os seus conhecidos, casas, oficinas mecânicas, auto peças, em empresas e locais que eu nem imaginava existir. Aos 71 anos, quando ficou internado pelo segundo infarto, ficava contando orgulhoso para auxiliares de enfermagem, enfermeira e médica que os três filhos eram formados pela UEM e que todos estavam bem. Não esteve presente na comemoração do seu aniversário naquele ano, junto com o dia das mães como sempre fizemos... Eu tive muita sorte na vida, a começar por ter tido os meus pais. Fica a saudade, os bons momentos e as lições que passou prá nós, de honestidade, integridade e amor incondicional. Vou parando por aqui, por que a sensibilidade está muito aflorada...desejo a todos os pais, um Feliz Dia dos Pais, que Deus os proteja nessa linda missão e que possam ser amigos dos seus filhos e filhas. Desejo também que filhos e filhas amem seus pais e em tudo que fizerem, lembrem sempre do esforço e da dedicação dessas criaturas de Deus que querem apenas o nosso bem e a nossa felicidade.

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