Para compartilhar idéias!







quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A bonança e o caos com a queda das árvores maringaenses

                         Foto: Na noite sem energia em casa, depois do último vendaval.

O vendaval que devastou a cidade de Maringá não foi o primeiro e nem será o último. Infelizmente, este tipo de ocorrência faz parte das situações catastróficas atribuídas aos chamados “eventos adversos decorrentes das mudanças climáticas”, cujo homem, sem dúvida é o principal responsável.

No caso específico de Maringá, castigada por diversas vezes com temporais que derrubam suas árvores, ocasionando transtornos com relação ao trânsito, energia elétrica e prejuízos ligados a eles, a situação poderia ser monitorada e os transtornos minimizados.

Na área de gerenciamento de riscos, existem várias indicações de como tratar os riscos, desde a apresentada na ISO 31000 como no tradicional Guia PMBOK.  Para a ISO, é a terminologia utilizada para definir um conjunto de ações estratégicas, como identificação, administração, condução e prevenção dos riscos ligados a uma determinada atividade. Por sua vez, o PMBOK indica quatro estratégias para os riscos negativos: prevenir (ou evitar), transferir, mitigar e aceitar.

Neste caso das árvores maringaenses, pode-se pensar em duas estratégias: prevenir e mitigar. De acordo com a literatura da área: “Prevenir (ou evitar)” – tem como objetivo eliminar a causa raiz do risco, implementando ações para levar a probabilidade do risco a zero enquanto que “Mitigar” – busca reduzir a probabilidade de ocorrência ou o impacto de um risco a um nível abaixo do limite aceitável. Ora se isso é, amplamente, conhecido do gerenciamento, obviamente, serve para a prestação de serviços no setor público.

Entretanto, independente da estratégia adotada, torna-se necessário, primeiramente, realizar um mapeamento da situação das árvores na cidade. Mesmo sem conhecer a base de dados da prefeitura, mas sendo uma das incontáveis contribuintes que tem uma árvore com classificação de URGENTE faz muito tempo (a qual está fadada a cair, só não se sabe, quando e pra que lado) tomo a liberdade de tecer algumas sugestões:

1.   Identificar as regiões com as árvores mais antigas. Como maringaense de nascimento e que viu muita chuva, ventos e árvores tombadas, posso destacar os bairros: Jardim Alvorada, Vila Operária, Vila Morangueira, Vila Esperança, Jardim Liberdade e Vila Vardelina. Um olhar mais atento vai perceber que nas intempéries são os bairros mais afetados por quedas de árvores e de energia pois tem árvores com 40, 50 anos de idade ou mais;

2.   Identificar os pedidos junto ao 156 das árvores já classificadas como “Urgente”, as quais passaram pelo laudo do engenheiro agrônomo da prefeitura;

3.   Iniciar a substituição imediata das árvores condenadas como “Urgente” por árvores de menor porte;

4.  Realizar uma escala por bairros para realização da substituição das árvores.

Certamente, as sugestões não impedirão as árvores de tombarem por vendavais, mas, a combinação das estratégias de prevenção com mitigação irá contribuir para que haja menos transtornos e menos prejuízos.

Também, a substituição das árvores por espécies de menor porte, continuará mantendo Maringá como cidade arborizada, com segurança para moradores. 

Em tempos de bonança, tudo é esquecido, no entanto, é aí o momento de minimizar ou eliminar o risco de árvores caírem em nossa cidade.

Ou alguém dorme tranquilo com ventania tendo uma árvore na frente da sua casa classificada como “Urgente” para o corte?

 

 

 

domingo, 24 de setembro de 2023

Homenagem em Maringá: 20 anos sem o Prefeito José Claudio

 

Em 16 de setembro de 2003, falecia, vitimado por câncer, o prefeito José Claudio Pereira Neto (PT), tornando-se o primeiro prefeito de Maringá a morrer durante o mandato. Para homenagear o prefeito, o PT de Maringá organizou o ato “20 anos sem José Claúdio”, com a exibição do documentário Maringá Histórica: José Claudio, a ascensão de uma estrela, elaborado pelo historiador Miguel Fernando, do Maringá Histórica e com exposição de fotos. 

Na homenagem, realizada no dia 23, no Centro de Ação Cultural, diversas autoridades, jornalistas, secretários(as) municipais da gestão José Claudio e amigos(as) prestigiaram o evento e se emocionaram com as lembranças.

Dentre as autoridades, estavam o Vice-prefeito Edson Scabora, o diretor geral brasileiro da Itaipu Enio Verri, o presidente do PT municipal, Mário Verri, a vereadora Ana Lúcia Rodrigues, o Secretário de Cultura Victor Simião e a Secretária da Mulher, Terezinha Pereira (irmão do José Claudio). A apresentação foi realizada pelo professor doutor Reginaldo Dias (UEM).

Em suas exposições, todos foram unânimes em afirmar o legado da política de cara limpa e a qualidade das obras realizadas pelo homenageado bem como seu amor pela cidade de Maringá. Também foram relembrados a necessidade de retomar a credibilidade para investimento na cidade devido ao escândalo de corrupção e roubo do governo anterior, o qual deixou os cofres públicos zerados; as iniciativas inovadoras foram tomadas em seu governo, como a construção das escolas municipais com qualidade, a melhoria na saúde, a criação das assessorias da mulher, igualdade racial e juventude, a melhoria dos serviços de atendimento ao público, entre outros.

Após as falas das autoridades, ocorreu a exibição do documentário que trouxe a trajetória de José Claudio na política, com depoimentos do ex-prefeito João Ivo (vice-prefeito do José Claudio), secretários (as) municipais, da coordenadora da campanha eleitoral vitoriosa de 2000 (Lucia Bertin) e de Terezinha Pereira, representando a família.



Maringá Histórica: José Claudio, a ascensão de uma estrela 


 

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Fórum Maringaense de Mulheres realiza encontro

                                                Encontro Fórum Maringaense de Mulheres - 19/09/2023

 Reunidas, no dia 19/09 nas dependências do Plenarinho da Câmara Municipal de Maringá, as integrantes do Fórum Maringaense de Mulheres (FMM), realizaram avaliação das ações da entidade e traçaram ações para o combate à violência contra a mulher. Dentre as ações, destaca-se a necessidade de realização de eventos nos bairros e maior publicidade das lutas de combate à violência contra a mulher.

Além das várias entidades que compõem o FMM, participaram do evento, a Secretária da Mulher de Maringá Terezinha Pereira, a artista visual Marina Andreo  e a poetisa Raílda Masson. Marina Andreo realizou a exposição Mulheres de Maringá e Mulheres do Brasil. Raílda Masson apresentou texto de sua autoria como parte de sua arte “Encantamento”.

Para a presidente do FMM, Celene Tonella, é importante que as entidades estejam reunidas e troquem experiências sobre sua atuação. A Secretaria Terezinha Pereira salientou a força do FMM com o agrupamento das diversas entidades que contribui para o estabelecimento de políticas públicas para mulheres e o combate à violência contra a mulher.

O FMM, também, está organizando o cronograma das atividades a serem realizadas pelo 25 de novembro que é o Dia Internacional de combate à violência contra a mulher.

 

 

terça-feira, 12 de setembro de 2023

A cada feminicídio, nosso coração sangra


Os anos 1980 trouxeram ânimo no combate à violência contra a mulher, com a criação das Delegacias da Mulher, a promulgação da Constituição Federal que iguala mulheres e homens em direitos e obrigações e a elaboração de políticas públicas para mulheres. Mulheres negras, indígenas, portadoras de deficiência, ciganas, entre outras, começaram a ter suas vozes ouvidas.

Nos anos 1990, o fortalecimento do combate à violência continuou, chegando aos anos 2000, com a criação de leis específicas como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, a Lei de combate à violência psicológica e a lei da importunação sexual. Todas estas leis com punição mais rigorosa aos agressores, assediadores e assassinos de mulheres.

Organismos de atendimento estatais (municípios, estados e governo federal) para acolher as mulheres em situação de vulnerabilidade foram instituídos nos anos 2000. Em 2003, foi criado o Ministério das Mulheres, com o pacto nacional de combate à violência contra a mulher e os canais de denúncia como o 180. Medidas protetivas, botão do pânico, Patrulha Maria da Penha passam a ser alguns dos mecanismos de proteção às mulheres.

Paralelo a tudo isso, as mulheres se qualificaram, estudaram, começaram a atuar na política e em outras esferas de poder. Ainda que muito aquém da representatividade de um grupo populacional que possui mais de 52% e atua em todas as áreas, conseguimos ter uma mulher na presidência da república, a qual foi destituída do cargo por meio de um impedimento que agora revelou-se um golpe para tira-la do poder.

Graças a esse histórico de políticas públicas para mulheres havia um sentimento de evolução no movimento feminista. No entanto, chegamos a 2023, com um alto índice de feminicídios, estupros e agressões contra as mulheres. O que houve de errado nesse meio do caminho para entrarmos numa espécie de retrocesso ou mesmo involução das lutas pelos direitos das mulheres?

Pode parecer pouco tempo, mas 4 anos de um governo federal como o anterior (2018-2022), no qual práticas de armamento da população, a disseminação do ódio e a misoginia interligadas com a redução drástica do orçamento no combate à violência contra a mulher desmontando as políticas públicas, certamente contribui de forma contundente para o caos em que nos encontramos hoje.

A recuperação desses anos perdidos está sendo realizada. Entretanto,  a violência doméstica, ou seja, aquele tipo de violência que acontece dentro dos relacionamentos afetivos continua nos atingindo de forma assustadora. Mortas por seus atuais ou ex (maridos, companheiros, namorados), as mulheres tem suas vidas interrompidas, mesmo com medidas protetivas e denúncias. Os assassinos ignoram, inclusive, que as crianças ficam órfãs.

Se as leis e a conscientização não estão resolvendo, talvez seja o momento de medidas mais drásticas com punição mais severa para os casos de feminicídios. Talvez a prisão dos agressores logo nas primeiras denúncias de violência e a prisão perpétua para feminicidas possa, por fim, inibir esse crime que, da forma como as coisas estão, os faz se sentirem impunes.

O que não podemos fazer mais, é cruzar os braços, sentir o coração sangrar a cada feminicídio e, simplesmente, ficar lamentando. Algo precisa ser feito, urgente!!!

 

 

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O Significado do “Agosto Lilás”


Criado por lei, como “mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher”, em referência à Lei Maria da Penha promulgada em 07/08/2006, no primeiro governo do Presidente Lula, o Agosto Lilás é palco de eventos em todo o país.

Num país como o Brasil, onde os índices de violência contra a mulher e o aumento do feminicídio são crescentes, datas como estas precisam de apoio por parte das organizações não governamentais e do poder público como forma de chamar a atenção e cobrar das autoridades um  combate firme pra exterminar esse mal que assola nossa sociedade.

Fatores como o corte do orçamento para a política de enfrentamento à violência contra à mulher por parte do governo federal de 2019 a 2022, o fechamento ou redução de serviços de acolhimento durante a pandemia de Covid-19 e o crescimento e propagação de crimes de ódio e de misoginia aliados ao machismo existente no Brasil, contribuíram para o aumento da violência e do feminicídio.

Por mais que campanhas de combate à violência doméstica e contra a mulher tenham sido efetuadas, o alcance se tornou limitado por cortes de verbas e falta de apoio governamental em anos anteriores. Na atualidade, ações de combate à violência contra a mulher vêm sendo efetuadas pelo governo Lula, no entanto, o estrago de anos sem orçamento destinado para a agenda de direitos das mulheres trouxe um retrocesso grande em termos de políticas públicas aliado aos discursos de ódio e misoginia impetrados pelo governo anterior. Não fossem as iniciativas de alguns municípios, a situação poderia ser ainda mais desastrosa do que foi.

Por sua vez, algumas propostas de como combater à violência contra a mulher e auxiliar as mulheres têm sido apresentadas pelas entidades da sociedade civil organizada, tais como as encontradas nas palestras da Associação Maria do Ingá Direitos da Mulher:

·         Conhecer as leis

·         Conhecer os locais de atendimento da sua cidade

·         Prestar atenção ao seu redor para perceber sinais de violência

·        Auxiliar as mulheres da família, amigas e vizinhas em situação de violência

·        Não compartilhar piadinhas que desqualificam a mulher e minimizem a gravidade das agressões

·        Chamar a atenção do “amigo” abusador e agressor

 

Elas parecem ações simples, mas que exigem uma atenção e cuidados redobrados por quem as pratica. Junte-se a estas, as ações de empoderamento e participação das mulheres nos espaços de poder que devem ser realizadas como forma de alcançar a igualdade entre mulheres e homens em todos os aspectos da vida, no mundo do trabalho e da sociedade.

A situação é tão alarmante em vários locais mundo afora que a igualdade de gênero configurada como um dos 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável da ONU (ODS 5 Igualdade de Gênero) com busca de ações que incluem, também, o combate á violência de gênero. Inclusive,  o nosso país é signatário dos ODS.

Entretanto, infelizmente, o Brasil entra na lista dos países mais perigosos para mulheres e meninas viverem, ocupando a 5ª.posição nesse triste ranking. Vale lembrar que temos a igualdade entre mulheres e homens, também, preconizada na Constituição Brasileira de 1988, portanto, são 35 anos ressaltando a importância da igualdade, possibilitando que haja mais participação feminina em todos os locais.

Leis de proteção, lei de criminalização e datas de conscientização, nós temos, o que falta agora, é transformar tudo que é feito no Agosto Lilás em ações cotidianas, tanto como políticas de Estado como de sociedade, até que um dia alcancemos o fim da violência contra a mulher.

Eis aí, um sonho que move todas e todas nós que combatemos a violência contra a mulher: seu fim, dentro de uma sociedade justa, igualitária, inclusiva e não machista!!!