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quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Entidades assinam nota pública contra atos anti-democráticos, ilegais e criminosos

NOTA PÚBLICA

Em defesa da democracia e da classe trabalhadora

 

 

As entidades partidárias, sindicais e populares, abaixo-assinadas, vêm a público manifestar seu total repúdio às manifestações e bloqueios ilegais, antidemocráticos e criminosos realizados nas imediações do Tiro de Guerra e do Posto G10 na PR317, em Maringá, desde o término da eleição presidencial.

Atos que reivindiquem intervenção militar, fechamento do STF e desrespeito ao resultado das urnas atentam contra o Estado Democrático de Direito, pois restringem o direito de livre locomoção (Art. 5º, inciso XV, da Constituição Federal) e incorrem nos crimes contra as instituições democráticas (Art. 359 da Lei Federal nº14197/2021). Portanto, devem ser rechaçados severamente por todos os cidadãos, cidadãs e agentes públicos do país.

 A insatisfação de uma parcela da população não pode servir de salvo-conduto para a perturbação prolongada da ordem pública, pedido de intervenção militar, muito menos para colocar os maringaenses em risco ao prejudicar o funcionamento de serviços essenciais à vida, prestados por hospitais, mercados, empresas de transporte e postos de combustíveis.

 Diante do exposto, conclamamos as autoridades do Poder Público em Maringá para que cumpram rigorosamente seus deveres constitucionais e coíbam ações que violem o direito de ir e vir dos cidadãos. Reivindicamos, ainda, uma punição severa aos agentes públicos que, por ação ou omissão, estejam prevaricando no exercício de suas atribuições legais.

 Sendo o que se apresenta para o momento, subscrevemo-nos.

 
Atenciosamente,

 

Maringá, 11 de novembro de 2022.

 

 

Signatários em ordem alfabética:

 

- Associação da Marcha Mundial das Mulheres - Maringá

- Associação dos Condutores e Operadores Logísticos do Transporte - Cooplog

- Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá - ADUEM

- Associação dos Técnicos Agrícolas do Estado do Paraná - Ataepar

- Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - AMLGBT

- Central Única dos Trabalhadores – CUT Paraná

- Coletivo Democrático Estudantil - CDE Maringá

- Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro - Maringá

- Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas LGBT de Maringá

- Coordenação Sindical Trabalhista de Maringá

- Federação dos Sindicatos dos Servidores Municipais Cutistas do Paraná - Fessmuc

- Federação Nacional dos Motociclistas - Fenamoto

- Fórum Maringaense de Mulheres

- Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques - IMNEAM

- Movimento por uma Universidade Popular - MUP

- Naturingá Alimentos Orgânicos e Agroecológicos

- Ong Maria do Ingá - Direitos da Mulher

- Ong Resistrans

- Partido Comunista Brasileiro – PCB Maringá

- Partido Comunista do Brasil – PCdoB Maringá

- Partido dos Trabalhadores – PT Maringá

- Partido Rede Sustentabilidade - Maringá

- Partido Socialismo e Liberdade - Psol Maringá

- Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá - Sesduem

- Sindicato dos Trabalhadores em Informática e Tecnologia da Informação do Paraná - Sindpd

- Sindicato dos Empregados em Condomínios... de Maringá e Região - Secriath

- Sindicato dos Empregados em Entidades Sindicais Profissionais do Estado do Paraná

- Sindicato dos Empregados em Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Maringá e Região - Sehorbas

- Sindicato dos Empregados no Comércio de Maringá e Região - Sincomar

- Sindicato dos Empregados nos Serviços de Transporte em Motocicletas... de Maringá e Região Noroeste - Sindimoto

- Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná – Senge

- Sindicato dos Garçons... de Maringá e Região - Singarauto

- Sindicato dos Motoristas Condutores de Veículos Rodoviários... de Maringá - Sinttromar

- Sindicato dos Oficiais Alfaiates, Costureiras e Trabalhadores nas Indústrias de Confecção de Roupas de Maringá - Sinconfemar

- Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá - Sismmar

- Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sarandi - Sismus

- Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Nível Médio do Estado do Paraná - Sintag-PR

- Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná – Sindiedutec

- Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas - Sintracoop

- Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná - APP Sindicato/Maringá

- Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá - Sinteemar

- Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Maringá - Stessmar

- Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis... de Maringá e Região - Sintrapostos

- Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Maringá - Sindmetalúrgicos

- Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Maringá - Sintracom

- Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Maringá - MMG Brasil

- Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Água, Esgoto e Saneamento de Maringá e Região Noroeste do Paraná – Sindaen

- Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia Elétrica de Maringá e Região Noroeste do Paraná - Steem

- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Paraná - Sintrapav

- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação ... de Maringá - Stiam

- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Maringá - Sitigram

- Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maringá - Sintrum

- União da Juventude Comunista – UJC Maringá

- União da Juventude Socialista – UJS Maringá

- União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - Unalgbt Maringá

- União Paranaense dos Estudantes Secundaristas - UPES

- Unidade Classista - Maringá

 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A democracia é linda e ao mesmo tempo dolorida

 

A democracia é linda e ao mesmo tempo dolorida

Por: Tania Tait - Colunista TPD

Na história recente do Brasil, de 1964 a 1985, o país viveu sob um governo de ditadura militar sem a possibilidade de escolher seus representantes e sem liberdade de expressão ou de opinião. A censura cerceou a vida das pessoas em todas as áreas, convivendo com o perigo do denuncismo, com as prisões políticas, as torturas e mortes nos porões da polícia política.


Com a abertura democrática, o sonho de escolher presidentes começou a retornar, de forma lenta. Ao invés de diretas já, um movimento amplamente divulgado pelo país, houve na época uma eleição colegiada. Somente em 1989, o povo pode retornar, efetivamente às urnas. De forma lenta, também, brasileiros e brasileiras se sentiram com força para dar sua opinião, se reorganizarem em sindicatos, associações de moradores, movimento estudantil, dentre outras formas de organização popular, proibidas durante a ditadura militar.


Os anos 1980 e 1990 foram efervescentes na vida do país. Partidos políticos voltaram a legalidade como o caso do Partido Comunista e novos partidos políticos se formaram como o Partido dos Trabalhadores. Essa efervescência colocou projetos de poder em disputa nas eleições seguintes. Alguns perdendo, outros ganhando, mas sempre com a liberdade de expor suas opiniões e propostas.


Conservadores, trabalhadores, social democratas, comunistas...várias siglas e denominações surgiram mostrando a diversidade de pensamento e de projeto para o país. Eleitores e eleitoras sempre com ouvidos e olhares atentos, afinal são os que sofrem os reflexos de suas próprias escolhas.


Após a abertura, o Brasil conheceu o projeto caça aos marajás que se perdeu por corrupção por parte de seu idealizador Collor de Melo; experimentou as privatizações e o plano real da social democracia de Fernando Henrique Cardoso; reconheceu as políticas públicas e sociais do Lula alcançando o 6. Lugar na economia mundial e com a retirada do país do Mapa da Fome; experimentou a força das mulheres na Casa da Mulher Brasileira, Minha Casa Minha Vida e Brasil Cegonha com Dilma golpeada num impeachment forjado; sofreu com as reformas contra a classe trabalhadora de Temer e ouviu a retórica patriota por família e Deus de Bolsonaro, que não conseguiu se reeleger graças à corrupção que jurou combater, à sua insensibilidade no trato com a pandemia pelo coronavírus e sua ineficiência na economia com o retorno do Brasil ao Mapa da Fome.


Infelizmente, a corrupção é um tema recorrente nas campanhas eleitorais e nos governos e ao contrário dos que ainda defendem o governo militar, naquela época, também houve corrupção, apenas não era investigada ou revelada. Pelo menos, com a abertura democrática, a corrupção é descoberta e criminalizada.


Enfim, o Brasil tem na democracia, seu sistema eleitoral, mesmo criticado ou rejeitado, ele é reconhecido tanto interna como pelo mundo afora.


No período eleitoral, é a época em que as propostas e o que se pensa para o país são colocadas para que o público tenha parâmetros para a escolha de seus candidatos e candidatas. Sabe-se, entretanto, que outros fatores podem influenciar as eleições tais como o ódio ao diferente, o preconceito, o medo de determinadas formas de governo e tantos fantasmas que assolam o país. Alguns desses fantasmas reapareceram com temas usados nos anos 1960 como o anti-comunismo tão difundido pelos EUA em sua guerra com a Rússia. Novidades com o uso da Internet e a disseminação de mentiras (as famosas fake news) tomaram conta do cenário eleitoral nos últimos anos, principalmente de 2018 para cá.

Tudo isso não tira, de forma alguma, a alegria de poder escolher quem serão os governantes eleitos para resolver os problemas que afetam toda a população. No caso específico das mulheres, a alegria é ancestral e uma resposta àquelas que morreram para as mulheres tivessem o direito de votar numa sociedade que as considerava ineptas para escolher, no início do século XX.


Enfim, passada a eleição, resta a esperança, de que eleitos e eleitas façam um governo sério, responsável e que melhore a vida do povo brasileiro. Quem não se elege, por mais dolorido que seja, deve ter a responsabilidade de aceitar o resultado, avaliar o que errou e se quiser, tem outra chance no futuro. Quem se elege, deve se lembrar que está no poder para servir o povo e atender suas necessidades básicas de moradia, educação, habitação, alimentação e saúde, de defender o meio ambiente e acabar com a miséria e a fome. Como seu funcionário principal, o eleito está para governar em nome do povo. A nós, eleitores e eleitoras, cabe fiscalizar e torcer muito para que as propostas apresentadas pelo eleito se convertam em ações para que as pessoas tenham uma vida digna, com esperança e no futuro.


Afinal, democracia é isso, um governo onde o povo governa, “do povo, pelo povo e para o povo”.

Artigo publicado em:

https://www.tapordentro.com.br/post/a-democracia-%C3%A9-linda-e-ao-mesmo-tempo-dolorida?fbclid=IwAR23aXFePnY7j8MfLxl5MaQLGuKZgR2InSyABPnKm2kU7LS87Z06YY1vC_U