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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

2019...o ano que não finda


Acordei especialmente triste hoje por mim e pelos servidores públicos do Paraná que, mais uma vez, pagaremos a conta de um governo incompetente e truculento que não governa para o povo, mas apenas para seus pares da elite paranaense.
No entanto, não é uma tristeza que amortece, pelo contrário, é uma tristeza que fortalece nesses novos velhos tempos, de perdas de direitos, retrocessos e venda do nosso Brasil protagonizada pelo governo federal que se estende aos governos estaduais.
Claro que com esse sentimento, fiquei pensando em 2019, o ano que não termina, que não nos permitirá comemorar o final de ano com alegria.
2019 foi um ano de intensa angustia pelas ações governamentais, pelas fakenews, pela força de um governo brasileiro atrelado e subserviente aos EUA como há décadas não se via.
A corrida para usurpar os direitos dos trabalhadores foi assustadora, levando junto com elas direitos das mulheres grávidas, portadores de deficiência, entre outros. Da mesma forma, a corrida para vender as nossas riquezas como país é avassaladora. Tudo muito assustador e aterrador.
Alia-se a isso o conjunto de besteiras dito por ministros do governo federal pra distrair o povo enquanto os ministros da economia e da (in)justiça fazem as maldades e cumprem o papel para o qual esse governo foi eleito que é nos tornar um país-colonia dos EUA e do mercado internacional. A máscara do patriotismo desse governo enfim se desfez ao dar tudo para os EUA e receber nada em troca.
Tivemos um suspiro com a soltura da prisão do ex-presidente Lula cujo processo havia sido acelerado para tira-lo das eleições 2018, cuja liberdade coloca novos elementos na política nacional.

No caso do Paraná, o governador aliado ao governo federal, se antecipa e faz aqui as maldades que são programadas em nível nacional. Trata-se de apenas mais um governante  que escolhe servidores públicos e professores como inimigos para boicotar e não realizar o investimento necessário em políticas públicas e educação.
É tanta disparidade que deixa as pessoas entorpecidas e anestesiadas. Vemos poucos reagirem, alguns apoiarem e muitos fazerem de conta que nada está acontecendo. Assim seguiu e ainda segue 2019.
Mas, vamos pensar em algumas coisas boas. Aqui, no nosso cantinho, pudemos ter a honra de ver o Conselho Municipal da Mulher de Maringá ser homenageado com o Brasão do Município pelos serviços prestados; ver a Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher obter o título de utilidade pública municipal; ver que o Botão do Pânico será implantado em Maringá; o Conselho participar do Plano Diretor da cidade, entre outras ações.
Vimos o ato heroico de amigos e amigas lançarem seus livros de poesias, de pesquisas ou de crônica. Digo heroico por ser nesses tempos de pouca leitura e muita postagem nas redes sociais de situações inverídicas e distorção de fatos históricos.
De tudo mesmo, o melhor da vida, agora falando como vovó babona, foi o nascimento do meu terceiro neto, Rafael, que me recebe com um sorriso imenso e me faz esquecer por alguns momentos esse triste período atual do nosso Brasil em que:
“Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações (Vai passar, Chico Buarque e Francis Hime, 1984)”

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Sonho no combate ao fim da violência contra a mulher


Neste ano de 2019, ao participar de mais uma caminhada de combate ao câncer em meio a milhares de pessoas não pude deixar de pensar que gostaria imensamente que o combate ao fim da violência contra a mulher pudesse, também, movimentar a sociedade daquela forma.
Em meio a caminhada comecei a refletir.
O combate ao câncer é visto como ação de Deus e ao não ter controle do ser humano, movimenta o emocional das pessoas. Por outro lado, a violência contra a mulher é obra dos homens. Talvez essa diferença justifique por que os eventos no combate à violência contra a mulher mobilizem muito menos pessoas.
No entanto, em algum momento a luta de combate ao câncer de mama e a luta pelo fim da violência contra a mulher se entrelaçam. A estatísticas indicam que 70% (setenta por cento) dos homens abandonam suas mulheres quando estas desenvolvem o câncer. Mais uma violência cruel de abandono contra as mulheres em um momento de fragilidade em que elas precisam de apoio, também, emocional.
Outro ponto a ser considerado é que o combate à violência contra a mulher exige das mulheres reflexão sobre o tipo de relacionamento que possuem e isso nem sempre é fácil de realizar.
Ao tratar dos tipos de violência, a Lei Maria da Penha, aborda, para além da violência física, a violência sexual e a emocional praticada pelos homens em muitos lares e relacionamentos.
Não é fácil para a mulher admitir que está em um relacionamento violento, pois envolve família, filhos e a figura do casamento. Não é fácil para uma mulher admitir que o relacionamento que ela tanto romantizou, se tornou violento ou mostrou que era violento e ela não percebia. Não é fácil para as mulheres admitir que a violência é obra dos homens que elas amaram um dia. Toda essa violência adoece as mulheres.
Ao buscar o comprometimento de homens e mulheres, o combate pelo fim da violência contra a mulher exige uma grande parceria da sociedade com os órgãos de atendimento e proteção às mulheres em situação de violência.
Sabemos que não é fácil trazer a sociedade para pedalar e caminhar conosco pelo fim da violência contra a mulher. Mas, não desistimos e esperamos que mais grupos se somem a nós na próxima pedalada/caminhada, afinal, a violência atinge todas as mulheres, não importa classe social, raça, cor, grau de instrução ou religião.
Como sonhar ainda é permitido. Sonho que, um dia, a pedalada/caminhada pelo fim da violência contra a mulher seja expressiva e envolva milhares de pessoas.
E sonhando, vou mais longe: sonho que um dia não precisemos realizar pedaladas/caminhadas para chamar a atenção da sociedade e cobrar das autoridades medidas de combate à violência contra a mulher.
Entretanto, enquanto sonhamos, caminhemos e pedalemos, no mundo real, pelo fim da violência contra a mulher e pelo fim de toda forma de discriminação.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A Mulher e a Cidade

Nas discussões dos planos diretores das cidades brasileiras, percebe-se, nitidamente, que a decisão dos espaços do território é realizada por homens, brancos e ricos. Majoritariamente presentes nas assembleias realizadas, este é o perfil de quem decide como a cidade se organiza, quais são seus espaços, como se dá o zoneamento, expansão para a área rural, entre outros.
Mesmo com as audiências públicas tendo em sua normatização a garantia da presença de movimentos sociais organizados, na proporção, as empresas interessadas e os governos ocupam a maioria das vagas.
No entanto, a presença dos movimentos sociais torna-se de extrema relevância pois traz para a discussão, a cidade real, na qual as pessoas vivem, trabalham e se deslocam.
Dentro do movimentos social, destaca-se a presença das mulheres, negros e Lgbts, os quais contribuem com suas vivências para que a cidade seja mais humana e acessível a toda a população.
Não se pode ignorar que as mulheres, grupo que passa de 52% da população, atua tanto no mercado formal como informal, detem mais anos de estudo que os homens, chefia famílias e, portanto, contribui para o desenvolvimento local, regional e nacional, devam ser ouvidas. Ouvidas e consideradas em suas propostas e melhorias para a vida na cidade.
As mulheres, também, se deslocam nas cidades, para seus locais de trabalho, levam filhos nas escolas e família no médico, utilizam serviços de postos de saúde e áreas de lazer, entre tantas situações vividas na cidade. São as mulheres que, também, ao atuar na zona rural ficam isoladas, a mercê da violência doméstica e do trabalho duro na lavoura, na casa e no cuidado com os filhos.
São inúmeras as atribuições das mulheres no campo e nas cidades e são infindáveis as contribuições que as mulheres podem dar para a melhoria do espaço urbano e rural.
No entanto, elas precisam ser ouvidas.
Dessa forma, uma cidade humana, inclusiva, com desenvolvimento sustentável e ecológico, necessita da participação da outra metade da população, as mulheres, que sempre ficaram silenciadas no direcionamento da vida nas cidades.
É chegada a hora das mulheres serem as protagonistas de sua própria história, inclusive no espaço do território que ocupam.
Por isso, o Conselho da Mulher de Maringá com apoio do Núcleo Maringá da BR Cidades organiza o debate “A Mulher e a Cidade”, cujas discussões e propostas serão encaminhadas aos órgãos competentes. O evento será realizado no dia 18 de novembro, as 19 hs, no Plenarinho da Câmara Municipal de Maringá.