Comecei a lembrar de muitas
coisas nas últimas décadas e chego a conclusão que o fascismo estava escondido
nas nossas famílias, nas nossas Igrejas, escolas e no nosso convívio social.
O fascismo não mostrava suas
garras, pois sentia vergonha e estava camuflado pela onda de cidadania. No
entanto, assassinatos de negros, nordestinos, lgbts, indígenas e mulheres,
violência contra a mulher, discussões sobre os horrores do governo da ditadura
militar, tudo sendo tratado de forma condecendente pela sociedade.
Mas, não é privilégio nosso. Li recentemente
um artigo que falava do nazismo e do fascismo na Europa e como o continente lidou
com ele após os horrores da Segunda Guerra Mundial. Deputados nazistas e
fascistas foram eleitos, permitem-se passeatas nazistas e, recentemente quase
uma mulher com discurso racista e xenófobo foi eleita presidente da França.
Destaca-se também as ondas imigratórias nos países da América do Sul, que
receberam muitos nazistas e fascistas europeus que viveram escondidos em
cidades ou no campo, com fachadas de cidadãos do bem.
Vale lembrar que o regime ditatorial
fascismo foi criado na Itália, que deriva da palavra italiana fascio, que remetia para uma
"aliança" ou "federação". Fundado por Mussolini em 1919, o
fascismo foi, junto com o nazismo, pilar para a segunda guerra mundial. Só por
aí, você já vê que coisa boa não é. Trata-se de um movimento que restringe as
liberdades das pessoas, com tendências autoritárias, anticomunistas e antiparlamentares,
da mesma forma que o nazismo, com uma forte conotação nacionalista. Muitas pessoas se fiam no anticomunismo, sem ter exata noção do que significa. Mas, o anticomunismo significou levar a morte todas as
pessoas que comungavam de idéias diferentes das ditaduras fascistas e nazistas,
fossem comunistas ou não. Seu alvo principal eram judeus, comunistas, gays e negros. Lembremos,
também, que em vários locais, durante a Segunda Guerra, havia a Resistência que
combatia os regimes nazista e fascista.
Vemos, agora, em uma comparação simplista, nesse período
eleitoral, em que qualquer pessoa que seja contrária ao candidato fascista, é
chamada de “comunista”, mesmo sem ser.
Portanto, não pensemos que o
fascismo voltou agora. Ele sempre esteve aí, apenas criou coragem pra mostrar
suas garras, sendo movido pelo discurso fácil e raso, como: armar a
população para resolver todos os problemas do país, pregar violência contra os
diferentes, pelo discurso de uma família tradicional que não existe na vida
real e por uma distorção das bandeiras de lutas dos movimentos feministas,
negros e LGBTs.
Não vamos nos enganar nem nos
assustar, vamos nos organizar e ser fortes pra combater esse mal que sabemos o
que fez em nosso mundo no passado. Eles contam com o medo e a intimidação. São
violentos.
Nós contamos com o amor e a
experiência de décadas de construção da nossa democracia que não pode ser
perdida.