Desde que assumiu a presidência
em seu primeiro mandato, a Presidenta Dilma tem sido alvo de impropérios,
piadas de cunho sexista e xingamentos. Inclusive nas eleições buscaram
desqualifica-la por ter lutado contra a ditadura militar no Brasil. Para
destacar, presidentes anteriores também lutaram contra a ditadura e ninguém
comentou. A última foi o máximo, ao nomear o ex-presidente Lula como Ministro
da Casa Civil, colocam que ele está no terceiro mandato, que será presidente de
fato e que ela não presidirá.
Ao estudar sobre a história das mulheres, encontrei uma Carta a Mulher de Bertha
Lutz, feminista, bióloga, fundadora da Federação Brasileira pelo
Progresso Feminino (FBPF), em 1919 e deputada federal em 1934.
Na referida carta, Bertha Lutz dizia: “Sem dúvidas, a maior parte da
responsabilidade deste estado lastimável cabe aos homens, em cujas mãos, a
legislação, a política e todas as instituiçoes públicas repousam”
Se pensarmos no Brasil, a frase continua atual pois somos menos de 10% de
mulheres na política, com mínima representatividade nas câmaras municipais, nas
assemléias estaduais, na Câmara do Deputados e no Senado.
E quando temos uma mulher, fazemos coro aos machistas de plantão e
disseminamos as piadas sexistas, xingamentos etc. Em total desrespeito a uma
senhora que foi eleita democraticamente no país. Ao invés de ser motivo de
orgulho para as mulheres, a eleição de uma presidenta cria, em alguns setores
da sociedade, um rancor e um ódio incontroláveis.
Talvez devesse ter um estudo psicológico a respeito. Será que algumas
mulheres não confiam em outra mulher? Será que algumas mulheres seguem
cegamente a opinião dos homens sem questionar? Será que não confiam em uma
mulher em postos de decisão por que se sentem inseguras em assumir uma tarefa
desse porte? Será...
Não temos resposta, mas o que é certo e existe é que quando uma mulher
entra na política, sofre pressões de todos os lados, de forma diferenciada dos
homens.
Mas, quando uma mulher entra na política, as políticas sociais e programas
de atendimento às mulheres são reforçados. E a política muda, mas pra isso
temos que ter o equilíbrio na política, 50% de representação de mulheres e
homens, para alcançar toda a sociedade.