A conta é simples. As mulheres
são a maioria da população brasileira e ocupam 45% dos postos de trabalho. No
entanto, são as que mais tem interrupções nas suas carreiras e são as primeiras
a serem demitidas quando as empresas querem “cortar gastos”.
A situação da mulher no mundo do trabalho mostra que: a taxa
de desemprego é maior entre as mulheres, as piores condições de trabalho e
falta de reconhecimento são para as mulheres e sofrem com assédio sexual e
moral no local de trabalho. No caso específico das mulheres negras, elas entram no mercado de trabalho precocemente e
recebem os menores salários. Além de
tudo isso, muitas mulheres são provedoras e chefes de família.
Por terem cultura de ir mais em
médicos e se cuidarem mais, a expectativa de vida das mulheres é maior do que a
dos homens. Por outro lado, por serem mais vulneráveis, as mulheres são as que
mais recebem o BPC (Benefício de Prestaçáo Continuado) destinado as pessoas
que não possuem condições financeiras.
Pronto, aí está o prato cheio
para os capitalistas banqueiros da previdência privada que enxergam nas
mulheres uma clientela potencial, por ser a maioria da população e ser mais
vulnerável às mudanças no mundo do trabalho.
Se as mulheres tem mais
interrupções na carreira do que os homens, certamente terão mais dificuldades
para se aposentar e, por trabalharem com dupla ou tripla jornadas no cuidado da
casa, das crianças e idosos da família, as mulheres apresentarão mais doenças tais
como varizes, tendinites, problemas de coluna, entre outras que as impediram de
trabalhar.
Junte-se a isso, a menopausa e
seus sintomas após os 50 anos de idade, em média, para se formar um quadro de
impedimentos para o trabalho, o que torna as mulheres mais vulneráveis. Por sua vez, atividades como professoras, na área
de saúde, no trabalho doméstico ou na área rural são mais exaustivas e exigem
condições especiais de aposentadoria.
A crueldade da reforma da
previdência é notória. Talvez usem aquela máxima de “colocar o bode na sala” e
depois retirar para ver que o ambiente ficou mais arejado. Ou seja, propõem crueldades
e, depois, negociam e aprovam exatamente o que queriam. No fundo e na prática,
nunca foi para garantir a previdência para toda a população brasileira, sempre
foi para atender o mercado, cada vez mais guloso e sem escrúpulos.
Não é a toa, que a reforma
proposta é chamada de “reforma da morte” pois não dá garantias de que o
trabalhador e a trabalhadora atinjam o tempo para que possam usufruir da
aposentadoria com dignidade e qualidade de vida. Morrerão antes!