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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Machismo e preconceito na 5. Conferência Municipal da Mulher de Maringá

Vivemos em uma sociedade sob a égide de um machismo cultural e socialmente construído, o qual coloca a mulher em segundo plano, expondo-a a toda sorte de violências e discriminação. Isso todo mundo sabe. Agora, detectar esse machismo em uma conferência que discute políticas públicas para mulheres tendo como pano de fundo a igualdade entre mulheres e homens, em uma gestão municipal que tem uma Secretaria da Mulher é algo, no mínimo, constrangedor, para não dizer repugnante. Esse machismo e o preconceito que vem junto com ele estiveram fortemente presentes na 5. Conferência Municipal de Maringá, realizada nos dias 14 e 15 de junho. A primeira e vergonhosa demonstração foi ver e ouvir secretários municipais mandando as delegadas CCs (cargos de confiança) votarem nessa ou naquela pessoa (que eles chamavam de “nossa”) na composição da mesa diretora da conferência. E fizeram isso descaradamente, como se fossem donos da Conferência da Mulher. Inclusive esses homens se postaram em pé na porta, fechando-a quando julgavam necessário. Pareciam “leões de chácara...Será que estavam com medo de que as mulheres que eram “deles”, as CCs, se deixariam influenciar pelas mulheres da sociedade civil organizada que estavam ali para contribuir com políticas públicas para mulheres, com as discussões que travam seriamente em seus locais de atuação? Passada a primeira demonstração, surgiram outras demonstrações de machismo e preconceito durante o sábado. Ouvimos pérolas que mostram o despreparo de muitas mulheres e homens na discussão de políticas para mulheres. Muitas delegadas e delegados não tiveram nem o cuidado de saber o que significa “políticas públicas para mulheres” e estavam lá erguendo e abaixando seus cráchas conforme sua liderança determinava. Teve delegado homem que chegou a dizer que “ali era muito blábláblá e que deveria ter uma conferência de homem”. Como será que ele foi parar ali? Prá fazer o quê exatamente? Depois de ouvir de lideranças locais, da mesa diretora, de delegados (as) CCs, frases como: “lado negro da violência”, “tinha que ser loira por que se atrapalhou na hora de votar, mas é minha amiga”, “aqui não é lugar para discutir coisa de gay”, “como vou ter cota só porque sou negrinha” ...fica a impressão de que a 5. Conferência da Mulher de Maringá reuniu delegados e delegadas, ligados ao governo municipal, completamente despreparados na discussão de políticas para mulheres. Inclusive, essas(es) delegadas (os) votaram para que não tivesse almoço para terminar a conferência mais cedo, e, como era de se esperar, após terem vencido a votação, foram para casa e não voltaram mais, ou seja, metade da delegação da manhã, composta por adeptos da gestão municipal, simplesmente não permaneceu no período da tarde. Se pensarmos que Maringá tem uma tradição de organismos públicos de políticas para mulheres desde 2001 com a Assessoria da Mulher, depois em 2005 com a criação da Secretaria da Mulher e um Conselho da Mulher que existe desde os anos 1990, torna-se incompreensível ainda termos presenciado tanto preconceito e machismo em uma Conferência de Mulheres. Afinal, essa foi a 5. Conferência da Mulher, o que significa 10 anos de experiência em discussão de políticas públicas para mulheres visto que a conferência ocorre a cada dois anos. E a pérola gigante foi ainda ter que discutir e explicar porque motivo a cor lilás é a marca do movimento organizado de mulheres por combinar o azul do masculino com o vermelho do feminino que misturados gera a cor lilás, como símbolo de igualdade. Enfim, se antes eu tinha dúvida, depois dessa Conferência começo a acreditar seriamente na previsão da ONU – Organização das Nações Unidas - que considera que a igualdade entre mulheres e homens será atingida somente em 2540. Quero registrar aqui a força de guerreiras que lutam pelo fim do preconceito, pelo fim da violência e pela igualdade: as mulheres do Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves marques, da ong Maria do Ingá – Direitos das Mulheres, do Instituto Maria Lacerda, do Forum Maringaense de Mulheres e muitas outras mulheres e homens de sindicatos, associações de moradores, partidos políticos, igrejas, entre outros, que dispuseram do seu tempo em um sábado chuvoso, ficando sem almoçar para propor políticas públicas para melhorar a vida das mulheres maringaenses. Tania Tait. Professora Doutora da UEM, Representante da UEM no Conselho da Mulher de Maringá, Coordenadora da Ong Maria do Ingá – Direitos da Mulher, Coordenadora do Forum Maringaense de Mulheres, Presidente do Conselho da Mulher na gestão 2004-2006.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Conferência Municipal da Mulher de Maringá

Será realizada nos dias 14 e 15 de junho, no Auditório Helio Moreira, a 5. Conferência Municipal da Mulher de Maringá. A programação será: 14/06 (noite): Abertura e palestra 15/06 (dia todo): Apresentação da Semulher e debates nos grupos. Os grupos temáticos são: violência de gênero, Educação e Trabalho, Preconceito e Diversidade e Prevenção: Caminhos. As deliberações da Conferência serão encaminhadas a Prefeitura para efetivação das ações.

sábado, 8 de junho de 2013

Criado o Forum Maringaense de Mulheres

Com a presença de mais de 30 mulheres, com interesse na discussão dos direitos das mulheres, representando diversas organizações não governamentais, organizações de mulheres de partidos políticos, organizações sindicais, Secretaria e Conselho da Mulher, a OAB, UEM, entre outros, consolidou-se a formação do Forum Maringaense de Mulheres, no dia 08/06. O Forum decidiu realizar reuniões bimestrais nos bairros, descentralizando as ações, trazendo-o para mais perto da população. Na reunião, também, foi criado um colegiado do Forum, composto por: Tania Tait (escolhida como coordenadora geral), Aracy Adorno Reis, Graziella Thom de Oliveira, Irma de Oliveira, Maria da Conceição Franco e Marlei Cardoso. O Forum se propõe a ser uma articulação na luta pelos direitos das mulheres, pelo fim da violência contra a mulher, por políticas públicas para as mulheres e contra qualquer forma de discriminação. Segundo as organizadoras, o Forum Maringaense de Mulheres não tem cor, raça e nem partido político, pois pretende lutar , de forma igualitária em defesa das mulheres. Aceitei a indicação para coordenadora do Forum com muito respeito a todas as mulheres presentes e suas histórias de lutas. Sinto orgulho de participar junto com elas em mais essa etapa na luta pelos direitos das mulheres.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Reunião Forum Maringaense de Mulheres

É neste sábado, dia 08/06, as 15 horas, no plenarinho da Câmara de Vereadores, a primeira reunião formal do Forum Maringaense de Mulheres. Venha participar conosco. Detalhes em www.mariadoingamulher.blogspot.com

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Bolsa estrupo - pagamento por um crime?

Parece que as pessoas não tem noção do trauma que sofre uma pessoa estuprada e que deixa marcas para o resto de sua vida. O que mais indigna é a hipocrisia por trás da discussão do aborto, pois sempre quem tem dinheiro faz e fica bem fisicamente, quem não tem dinheiro, faz, tem hemorragia e é mau-tratada ou morre perfurada por agulhas de croche... É um assunto bastante delicado, que envolve religião, saúde, intimo das pessoas, crenças etc. E, por ser tão delicado deve ser tratado com bom senso e muito, mas muito respeito. Agora, criam essa situação de pagar para quem quiser ter um filho (a) originado por um estupro... Reproduzo, abaixo, o comentário feito em www.mariadoingamulher.blogspot.com "A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que dá direitos ao feto e cria uma espécie de "bolsa-estupro" para mulheres que decidirem ter o filho, apesar de ser fruto de um crime que deixa seqüelas pelo resto da vida, independente se ocasionar uma gravidez ou não.. A votação do chamado “Estatuto do Nascituro” ocorreu com forte mobilização da bancada evangélica e tem como objetivo criar mecanismos para impedir a ampliação de casos em que o aborto é legal e criar incentivos para que as mulheres não optem pela medida na situação de estupro, já permitida por lei. O projeto precisa ainda passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir a plenário - e seguir para o Senado. Apenas a bancada do PT se posicionou contra o projeto. A proposta, que já teve o mérito aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família, precisou passar pela Comissão de Finanças e Tributação pois propõe a criação de uma despesa para os cofres públicos ao obrigar o Estado a arcar com custos da mulher durante a gestação e da criança até a adoção ou identificação do pai em casos de estupro. A votação ocorreu em meio à pressão de grupos feministas e religiosos, principalmente da bancada evangélica que se posiciona contra o aborto e contra o casamento gay. Enquanto as primeiras destacavam o apelido de "bolsa-estupro", os ligados a movimentos religiosos enfatizavam a defesa do "direito à vida" na proposta. Segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF): "É uma bolsa-estupro, é dizer que não tem problema a mulher ser estuprada. Estamos comprando sua vida e pagando pelo que sofreu", afirmou."

terça-feira, 28 de maio de 2013

CONVITE: FORUM MARINGAENSE DE MULHERES

FORUM MARINGAENSE DE MULHERES O Fórum Maringaense de Mulheres reúne mulheres ligadas a organizações não governamentais, núcleos de gênero das universidades, secretarias de mulheres de sindicatos, mulheres de partidos políticos, mulheres que atuam em associações de moradores, grupos de mulheres e feministas que não possuem vínculos com nenhuma instituição. Trata-se de uma articulação que visa discutir a implantação de políticas públicas para as mulheres, o fim da violência contra a mulher e o fim de toda forma de discriminação. O Fórum reúne mulheres que lutam pelos direitos das mulheres pautado pelo princípio do Artigo 1 da Declaração dos Direitos das Mulheres enquanto direitos humanos: “Todas nós mulheres, nascemos livres e temos o direito de sermos sujeitos e não objetos na vida e na história”. A reunião do Fórum será dia 08 de junho (sábado), as 15 horas. Local: Plenarinho da Câmara de Vereadores em Maringá.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Preocupação: Reestruturação do Conselho da Mulher de Maringá

A notícia completa está em www.mariadoingamulher.blogspot.com A minha preocupação é a motivação por trás da reestruturação do Conselho, que pretende reduzir sua composição para atender problemas de convocação de reuniões e quorum. Não pode ser deixado de lado a história de aglutinação de forças do Conselho da Mulher. O Conselho Municipal da Mulher de Maringá (CMMM) passou por uma nova composição no Governo José Claudio, como iniciativa da Assessoria da Mulher (Maria da Conceição Franco - Zica era a assessora) com reunião de várias entidades da sociedade auxiliando na formatação da composição do CMMM. Inclusive, o CMMM foi reformulado com novas inclusões de representações da sociedade civil organizada por meio das conferências municipais nas gestões seguintes. Jamais houve redução de representações, pois o espírito é de aglutinação ao trazer mais pessoas para fortalecer o CMMM. O Conselho da Mulher sempre foi considerado legítimo por todas as administrações municipais e secretarias da mulher, os quais sempre atenderam as reivindicações do Conselho da Mulher e receberam suas representantes quando o Conselho assim solicitava. Sempre trabalhamos para somar tendo como objetivo a luta pelo fim da discriminação contra a mulher, fim da violência e igualdade de direitos, além de acompanhar e fiscalizar as políticas públicas para mulheres. Comento com tranquilidade, pois além de representar a UEM no Conselho, faço parte de uma entidade da sociedade civil organizada (Maria do Ingá-Direitos da Mulher) e tive a grande honra e responsabilidade de presidir o Conselho da Mulher na gestão 2004-2006 (metade na gestão João Ivo e metade na gestão Silvio Barros, os quais atendiam as conselheiras sempre, visto que os gestores passam mas os conselhos permanecem).