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segunda-feira, 29 de julho de 2024

A vida em tempos de Story

A modalidade story no instagram (e no facebook) faz muito sucesso. Ela serve para colocar postagens que duram por 24 horas, logo sendo substituídas por novas publicações.

De acordo com os/as “instagrameiros/as”, o Story serve para postar fotos ou vídeos que não precisam permanecer fixas como no “feed” (aquele espaço onde elas só saem se a pessoa que postou retirar). O critério do que deve ser fixo ou ir para Story é definido pela pessoa dona do perfil na plataforma na Internet. No entanto, algumas dicas são sugeridas, tais como: postar fotos ou vídeos em eventos, shows etc que indicam que a ocorrência é passageira.

Independente do critério, o fato é que a maioria das postagens está no Story e elas tem infinitamente mais “curtidas” do que as que ficam no “feed”.  Alia-se a isso o fato de não precisar entrar em área alguma pois os Story ficam na entrada do aplicativo e basta clicar em cima dele pra ver e curtir.

Ao pensar na rapidez da criação e da disseminação da informação, pode-se relacionar o uso crescente do Story com a velocidade gritante na atualidade,  quando a nova informação substitui rapidamente a anterior que ficou ultrapassada.

Assim, acontece com as informações e consequentemente com a vida. Ao saborear uma postagem interessante sabe-se de antemão que ela não estará disponível em 24 horas. Além da facilidade de acesso lida-se com o prazo de validade da informação.

Isso remonta à própria literatura. Ao se fazer uma comparação simplista entre os livros clássicos e atuais, percebe-se que houve uma mudança substancial na forma de descrição dos fatos, dos locais e das personagens de uma história. Antes detalhada e minuciosa, as histórias, também passaram a ser contadas de forma mais direta e resumida.

No mundo profissional, em décadas passadas, trabalhadores (as) permaneciam por anos na mesma organização empresarial e isso era visto como motivo de competência e orgulho. Com novas opções de profissões e oportunidades, com a globalização e a facilidade de deslocamento, essa visão mudou e não é mais considerada como critério para contratação de pessoal.

No mundo digital, a mudança também ocorreu ao longo do tempo e com o lançamento de plataformas fáceis de usar. Dessa forma, no surgimento dos blogs houve a escrita organizada de forma a divulgar ideias, informações etc, principalmente blogs pessoais, os quais caíram em desuso na medida que os acessos se tornaram mais rápidos, o que faz com que as pessoas se desinteressem por textos longos. Junte-se a isso as opções disponíveis nas diversas plataformas digitais de postagens de vídeos ou limitação de quantidade de linhas ou caracteres num texto.

Em um mundo em que o tempo parece andar mais rápido, em que muitas pessoas não tem tempo de ler ou sequer tem o hábito da leitura, os story fazem um grande sucesso pois a  informação está colocada por meio de imagens, poucas letras e as pessoas sem muita análise ou profundidade de leitura, compreendem o recado dado. No entanto, essa limitação se torna, também, um terreno fértil para a propagação das famosas “fake news”, as mentiras divulgadas no mundo digital, as quais devem ser sempre combatidas.

No final das contas e do tempo, o desafio é o cuidado com essa instantaneidade para não perder os momentos da vida real que são recheados de emoções que fazem os olhos lacrimejarem, o sorriso iluminar o rosto e o coração bater mais forte.


 

 

 

 

domingo, 21 de julho de 2024

Echarpes, lenços, pashminas, xales e suas histórias

Outro dia fui colocar uma echarpe (pashmina, cachecol, lenço, xale...os nomes variam de acordo com o tipo e a moda) e senti cheiro de mofo. Daí resolvi verificar as demais e o resultado é que as lavei criando um varal colorido. Tenho uma coleção, de vários tipos e cores. Algumas ganhei de presente, outras comprei, algumas doei, uma pedi pra uma amiga fazer...enfim cada uma tem sua história.

Me dei conta de que boas lembranças acompanham cada uma delas, usadas em festas, viagens, trabalho ou no movimento social. No trabalho, por décadas, me protegi com elas, no frio na UEM (Universidade Estadual de Maringá), com seu campo aberto.

No tempo em que o mundo era menos raivoso, me apelidaram de "Penélope" na UEM em referência a pilota de carro Penélope do desenho Corrida Maluca pois ela usava um cachecol cor de rosa e era a única "menina" na corrida. O desenho passava na TV nos anos 1960 e 1970 e era famoso por ter um vilão, Dick Vigarista que sempre procurava trapacear nas corridas. Ela fazia parte do time dos corretos, se vestia de rosa e era chamada de “Penélope Charmosa”. Naqueles tempos, a sua figura era associada com a vaidade feminina, mesmo em uma corrida num deserto cheio de poeira e competindo com os homens de igual pra igual.

No final dos anos 1990, conheci o Peru, onde mais uma delas, adquirida na viagem, me aqueceu no frio da Cordilheira dos Andes.

Na I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em 2004, fomos presenteadas com echarpes confeccionadas por artesãs, vinculadas a um projeto social da Petrobrás. No evento, éramos mais de 2000 mil mulheres representantes de todo o país.

Um dia andando pela cidade, em Maringá, me deparei com um cachecol diferente, fotografei e pedi pra uma amiga fazer. A amiga se tornou minha madrinha de casamento, além de atuarmos juntas desde os anos 2001 na defesa dos direitos das mulheres e da democracia.

Tem a história do cachecol feito de tricô pela mãe de um orientando do mestrado em Ciência da Computação, que me presenteou pois viu que eu usava sempre. Gosto muito de trabalhos manuais pois a pessoa faz com carinho e pensando em quem vai presentear. Tem aquelas usadas nas apresentações do Coro Feminino da UEM, a rosa e a de chita, cada uma para um tipo de evento e de músicas.

No Vaticano, em 2018, a echarpe nos salvou, a mim e amigas, de sermos barradas na entrada pois estávamos com regatas devido o calor e não tínhamos visto que pra entrar os ombros precisam estar cobertos. A regra nos causou surpresa e risos pois tínhamos passado por uma rua cujas lojas mostravam  pênis da estátua de Davi e outras imagens de nudez desenhadas em chaveiros, aventais, cartões etc. Ao final, deduzimos, a gargalhadas, que o “pecado” está nos ombros nus e não nas partes íntimas.

Tenho uma das echarpes na cor vermelha, ora combinada com roupa preta, ora usada em manifestações e movimentos políticos pra destacar o vermelho como luta da classe trabalhadora. Tenho lenços na cor lilás, cor usada no mundo pelo movimento feminista e na defesa dos direitos das mulheres.

O tempo passou, o mundo mudou, mas as mulheres continuam quase inexistentes nas corridas a despeito dos esforços  das federações esportivas e das próprias pilotas, são poucas na política e nos espaços de poder. Nesse tempo de mudanças, a peça ao redor do pescoço e do colo, continuou uma exclusividade feminina, sendo relegado aos homens, o uso de um sóbrio cachecol.  

Olha aí uma boa pesquisa, se é que já não foi feita, sobre os usos das indumentárias ou acessórios para o pescoço e colo e as mudanças sociais ao longo do tempo.

 

Curiosidade:

Quem são as mulheres que já competiram na Fórmula 1? Disponível em:

https://www.band.uol.com.br/esportes/automobilismo/formula-1/noticias/quem-sao-as-mulheres-que-ja-competiram-na-formula-1-16349105               Matéria de 13/05/2021

 

 

                                              Penélope Charmosa e turma da Corrida Maluca

                                             Imagem  capturada da Internet (21/07/2024)

 

terça-feira, 16 de julho de 2024

A calçada e a árvore condenada

Sempre me chamou a atenção as pessoas varrerem suas calçadas. Dada como tarefa de pessoas idosas ou aposentadas, muitas vezes ignoradas, elas encontram satisfação nessa tarefa. Nas minhas idas a pé para a UEM, pela manhã, sempre as encontrava e percebia o sorriso e o brilho nos olhos ao meu “Bom dia”. Certamente, queriam conversar pois tinham muito a dizer. E lá ia eu caminhando para o trabalho, levando o bom dia delas  comigo.

Desde jovem, eu gosto de varrer as calçadas da frente de casa, agora, aposentada, continuo gostando. Não vejo como tarefa desnecessária ou inútil pela satisfação de ver a limpeza e tirar o ar de casa abandonada que uma calçada pode deixar. Inclusive, pra quem não conhece o ofício da varreção, tem vassoura especial que é diferente da vassoura de varrer dentro de casa.

Além de ver a calçada limpa e apresentável, observo o mundo ao redor dela e os vários tipos de flores que caem das árvores. Nem sempre é tão poético, às vezes, aparecem tocos de cigarros alheios, plásticos e até tampa de marmita. Isso mesmo que você leu, já apareceu tampa de marmita na minha calçada vinda de não se sabe onde.

Da última vez que varri a calçada me deparei com uma novidade: a calçada está mais alta em umas partes do que em outras, com rachaduras. Os motivos para essa subida da calçada é a árvore condenada na frente da casa que está tombando e com isso, vai levando junto a calçada. Destaca-se que a calçada seguiu os padrões de gestões anteriores para calçamento ecológico e tem duas partes com gramas, inclusive onde a árvore está. Fiquei entristecida com a imagem pois todas as iniciativas para a remoção da árvore foram realizadas junto ao órgão competente da prefeitura e possui avaliação de urgente pelo setor responsável. A despeito das diversas tentativas, a árvore continua pendendo para o lado da casa e carregando consigo uma parte da calçada.

A situação se agrava a cada dia e ao ocorrer a queda da árvore, além da esperança de que não tenha ninguém na rota da queda da árvore, virão juntos os prejuízos com telhado, parede, grade, móveis etc, e o conserto da calçada. Certamente, haverá plantio de uma nova árvore no local pois é a defesa que sempre fazemos.

Ao término da varreção, não pude deixar de pensar que é uma pena que a vassoura não tenha a força necessária para colocar a calçada em seu lugar e puxar a árvore para que ela não ficasse mais torta. Foi só um pensamento de filme de vassoura super heroína, por um instante, logo passei a recolher as folhas espalhadas pela calçada, ensaquei, fechei o portão e voltei pra dentro de casa.   


 

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Feminismo é revolução: 3o Encontro Nacional da Marcha Mundial das Mulheres “Nalu Faria”*

De 06 a 09 de julho aconteceu em Natal, no Rio Grande do Norte (RN), o 3o Encontro Nacional da Marcha Mundial das Mulheres.  Na abertura do encontro participaram a Ministra das Mulheres Cida Gonçalves e a Governadora do RN, Fátima Bezerra. O evento reforça a luta por soberania popular e do corpo das mulheres.

O encontro reuniu 1.000 mulheres representantes dos estados brasileiros. Mulheres do campo, das florestas e da cidade, indígenas, quilombolas, negras, PCDs (Pessoa com deficiência), ciganas, mulheres de todo o país trataram sobre sua realidade e os problemas enfrentados. Na pauta, temas como educação e saúde públicas, fim da violência contra a mulheres, direitos reprodutivos e legalização do aborto, o combate ao fascismo, meio ambiente, mudanças climáticas e sustentabilidade, dentre outros foram tratados.

Foto: Wigna Ribeiro (no site da MMM)

Ao término dos trabalhos, foi aprovada a Declaração 3o Encontro Nacional da Marcha Mundial das Mulheres.Nalu Faria, que inicia com o canto entoado no evento: 

“Derrubar esse sistema com força e rebeldia, organizar as mulheres sem perder a ousadia: sonhar e lutar como Nalu Faria”. Com esse canto, nós, militantes da Marcha Mundial das Mulheres reunidas em nosso 3o Encontro Nacional, sintetizamos o sentido político do nosso movimento. Queremos mudar o mundo mudando a vida das mulheres e nossa estratégia para isso é a auto-organização em cada lugar em que vivemos, trabalhamos e atuamos."

A declaração na sua íntegra está em:

https://www.marchamundialdasmulheres.org.br/feminismo-e-revolucao-por-soberania-popular-e-de-nossos-corpos-declaracao-do-3o-encontro-nacional-da-marcha-mundial-das-mulheres/

 

* O 3. Encontro da Marcha Mundial das Mulheres acrescentou o nome “Nalu Faria” em homenagem a psicóloga Nalu Faria, falecida em 2023. Nalu foi coordenadora nacional da Marcha Mundial das Mulheres,  integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF). Por sua trajetória de luta, é considerada uma das grandes feministas.

 

sábado, 6 de julho de 2024

Ela já atendia por “Princesa”

Ontem ao me deparar com um cachorro (ou cachorra, não analisei) andando em cima de um muro, me lembrei da pastora alemã que tive. Não que ela andasse em cima do muro, mas pelo cuidado dela com a casa e as crianças, sempre muito atenta.

Ganhamos a Princesa do tio Sid, irmão do meu pai, meu segundo pai. Daqueles que cuidavam de todo mundo e dava muitos conselhos. E foi esse tio cuidadoso quem nos chamou, um dia na sua casa, para escolher entre dois filhotes de cachorro para nos presentear. De cara, o olhar doce da Princesa nos atraiu. Pensávamos em mudar o nome, mas ela estava atendendo por Princesa e assim ficou.

Recém-casados, a Princesa se tornou a terceira membro da família. Meu pai fez uma casa pra ela, com tijolos, telhas de barro e uma portinha, um castelo para aqueles tempos. Quando a Mariana nasceu, ela ficava observando aquele pedacinho de gente. Depois veio a Ana Carla, logo as duas começaram a brincar no quintal e a Princesa correndo com elas.

Alguns a achavam doce demais para uma cachorra daquele porte, mas não sabiam que ela não permitia que as pessoas encostassem no portão quando as crianças estavam brincando na frente da casa ou que ela não deixava as pessoas entrarem em casa, se não estivessem acompanhadas por nós.

No período do meu mestrado, ela ficava deitada com as patas cruzadas, me olhando estudar e comia pipoca comigo. Hoje não pode dar pipoca né. A comida dela, na época, era uma panela enorme de polenta com pedaços de carne. Hoje, também não pode, né. Na época, não existiam as lojas PETs espalhadas pela cidade nem ração de todo tipo. A vacina contra a raiva, dada todo ano, era comprada numa loja de produtos agropecuários e a gente mesmo aplicava. Inclusive, com a escassez de médicos veterinários, era o pessoal da loja que indicava os remédios para os problemas que surgiam.

Um dia, um “safado” entrou no quintal e deixou a Princesa grávida. Ela teve 3 filhotes, demos dois e ficamos com um, que foi roubado do quintal.

Com 8 anos de idade, a Princesa se foi, acometida por um tumor que o veterinário disse que não tinha como operar. Quando ela morreu, eu estava nas aulas do mestrado na UFSCar (SP) e a família não me contou pra não me entristecer. Fiquei sabendo quando cheguei de viagem. Chorei muito, afinal, estava perdendo minha parceira de brincadeiras com as crianças e estudos. Tivemos outros animais depois, mas a Princesa foi a que mais marcou, certamente, por ser a primeira da família, por ser a que ficou mais tempo comigo e por ser presente do tio Sid. As crianças cresceram, a família aumentou, a vida mudou, o mundo mudou. Nos resta a lembrança da nossa Princesa e seu olhar carinhoso.

- Pra que essa choradeira, era só uma cachorra.

- Não era só uma cachorra, era a Princesa, a

 terceira membro que entrou na família.


 Foto: Extraída da Internet, com a exata posição que a Princesa ficava.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Lançamento da Certificação ODS 2024 integra sociedade civil, setor público e privado

No último sábado, 29/06, o Instituto ODS realizou o lançamento da Certificação ODS 2024 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), no Centro de Ação Cultural, em Maringá, com a participação de representantes do setor público, entidades da sociedade civil sem fins lucrativos e organizações empresariais.

O evento que trouxe a Porta-voz do ODS da ONU, a jornalista, economista e Miss Brasil, Mia Mamede, teve como apoiadores: o IPPLAM – INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO DE MARINGÁ, a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁ, a UEM - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, a EVOA Aceleradora e o PTI – PARQUE TECNOLÓGICO DE ITAIPU.

 Na mesa de abertura, houve consenso entre os presentes sobre a importância dos ODS para o desenvolvimento sustentável e a necessária participação da população para conter as mudanças climáticas.  Além da Porta-voz dos ODS, Mia Mamede, discursaram: a Profª. Dra. Gisele Mendes (Vice-Reitora da UEM), Fernando Trujillo (Presidente do  Instituto ODS), Bruna Barroca (Diretora Presidente do IPPLAM), Angela Tischner (Parque Tecnológico de Itaipu), Patrick Trigueiro (Evoa Aceleradora) e Prof. Luis Felipe Kuhl (UniCuritiba). Também foram entregues troféus Pioneirismo nos ODS para a UEM e para a Prefeitura de Maringá.

 As próximas etapas para a certificação ODS englobam: implantação dos ODS, as mentorias e a auditoria das ações realizadas pelas organizações participantes. Após as auditorias serão realizadas as classificações e posterior entrega dos selos nas categorias bronze, prata e ouro, as quais atestam a certificação, de acordo com os ODS alcançados pelas organizações. Destaca-se que o Programa Certificação ODS aplicado pelo Instituto ODS está presente em 17 estados brasileiros.



 

  

segunda-feira, 1 de julho de 2024

PT de Maringá discute o plano de governo municipal

No domingo de manhã, 30/06, o PT reuniu filiados, simpatizantes e membros dos partidos que compõem o apoio à pré-candidatura Humberto Henrique a prefeito de Maringá para discutir o plano de governo municipal para as eleições 2024.

Na reunião, os resultados dos Grupos de Trabalho (GT) de cada área foram apresentados, sendo compostos pelo diagnóstico da cidade e  pelas propostas para os problemas detectados..  Os GTs (grupos de trabalho) são formados com especialistas em cada área de atuação e por pessoas usuárias dos serviços públicos, os quais contribuem para a apresentação de soluções viáveis a partir das pessoas que vivenciam a realidade.