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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Carnaval sem importunação sexual é mais legal!

No imaginário popular, na festa de carnaval pode tudo. Talvez por ter origem como uma festa pagã de fertilidade ou comemoração da colheita, o fato é que na “festa da carne” muitas pessoas acham que podem ultrapassar os limites de outra pessoa, inclusive importunando-a sexualmente. Infelizmente, a importunação é corriqueira para a maioria das mulheres.

Entretanto, não é bem assim. Além de ser considerado um ato desagradável e sem educação, a importunação sexual agora é crime. Desde 2018 foi promulgada a Lei da importunação sexual (Lei nº 13.718) que descreve como crime o ato de praticar ato libidinoso (de caráter sexual), na presença de alguém, sem sua autorização e com a intenção de satisfazer lascívia (prazer sexual) próprio ou de outra pessoa. Os atos libidinosos englobam práticas e comportamentos que tenham finalidade de satisfazer desejo sexual, tais como: apalpar, lamber, tocar, desnudar,  masturbar-se ou ejacular em público, dentre outros. A pena prevista é de 1 a 5 anos de reclusão, isso se o ato não constituir crime mais grave.

A regra é bem simples, se a outra pessoa não quer, não faça. A compreensão do famoso “não é não” é fundamental para estabelecer relações saudáveis. Passar a mão, insistir na conversa etc, só valem se a outra pessoa demonstrar que também deseja. Caso contrário, não faça. Ah! Mas roubar beijo pode! Não pode! A ideia do beijo roubado que era romantizado antigamente também não vale mais. Se a outra pessoa quiser o beijo, pode. Caso contrário, vá procurar uma outra boca que também queira beijar a sua.

Essas regrinhas básicas de comportamento unidas à Lei da Importunação Sexual contribuem para que as pessoas aproveitem a festa com alegria, liberdade e sem medo.

Faça da sua festa, uma festa de alegria, sem importunação!


 

 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Democracia, sempre!

 O comentarista da GloboNews, Fernando Gabeira fez uma análise sobre o que levou as pessoas a se empoderarem para invadir e atacar os três poderes no dia 08 de janeiro. Para ele, o medo de perder os bens materiais pelo fantasma do suposto comunismo e o sentimento de pertencer a algo maior na defesa da pátria são as molas propulsoras da invasão.

Certamente esses dois fatores prevalecem no espírito de algumas das pessoas que defendem o ex-presidente, no entanto, após as investigações descobriu-se que ali estavam pessoas que eram criminosas e que recebiam para se manter nos acampamentos defronte os Tiros de Guerra, financiados por empresários. Uma pessoa imbuída de espírito patriótico, obviamente não iria destruir relíquias nem obras de artistas brasileiros pois saberia dar valor a estas e seria movida por ufanismo.

De toda maneira, causou  revolta ver o patrimônio público brasileiro ser destruído por uma horda raivosa que, ao invés de fazer manifestação ordeira, partiu para a destruição, com anuência de certos políticos e de parte da polícia do Distrito Federal, conforme vem sendo comprovado.

 As cenas divulgadas pelos veículos de comunicação são assustadoras. Os dizeres “Ordem e progresso” que estão gravados nas bandeiras que os baderneiros levavam consigo não combinam com a barbárie impetrada pelos golpistas, como foram sabiamente nominados.

Felizmente, não houve feridos e a justiça agiu de forma rápida evitando desastres maiores tanto do ponto de vista físico (pessoal e material) como político.

A democracia, enfim, foi salva e a segurança restabelecida. Todavia, fica a lição para que não se descuide e haja vigilância constante para a garantia da democracia, um valor tão caro para o povo brasileiro, conquistado a duras penas e para a qual muitas pessoas deram suas vidas.

Democracia, sempre!!!

                 Foto: https://www.tnh1.com.br/noticia/nid/veja-imagens-do-stf-apos-a-invasao-de-manifestantes/


segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Feminismo: a Marcha Mundial das Mulheres presente no Estado do Paraná

A história da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) começou a partir de uma manifestação realizada em 1995, em Quebec, no Canadá, quando 850 mulheres marcharam 200 quilômetros, pedindo, simbolicamente, “Pão e Rosas”. Após a marcha, as reivindicações das mulheres foram atendidas, entre elas: o aumento do salário mínimo, mais direitos para as mulheres imigrantes e apoio à economia solidária.

A partir daí, as mulheres do Quebec contataram organizações em vários países, para compartilhar essa experiência e apresentar a proposta de criar uma campanha global de mulheres.

No Brasil, o primeiro contato foi com as mulheres da Central Única das Trabalhadoras e Trabalhadores (CUT), por meio da secretaria da mulher trabalhadora, quando foram realizadas reuniões para definir as representantes brasileiras para o primeiro encontro internacional da MMM, que aconteceu em 1998, em Quebec. O encontro envolveu a participação de 145 mulheres de 65 países e territórios e foi elaborada uma plataforma com reivindicações para a eliminação da pobreza e da violência contra as mulheres.  A partir daí, foi convocada a Marcha Mundial das Mulheres como uma grande campanha a ser desenvolvida ao longo do ano 2000.

Assim, o movimento da MMM se tornou internacional, com mais de 150 países envolvidos, estabelecendo como campos de ação da MMM: autonomia econômica das mulheres, bens comuns e serviços públicos, paz e desmilitarização e fim da violência contra as mulheres.

No Brasil, no ano 2000 foram realizadas atividades nos estados, tendo como grande movimento nacional a realização da Marcha das Margaridas, proposta pelas mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em homenagem a sindicalista rural Margarida Alves assassinada brutalmente na porta de sua casa. Para 2023, também está prevista a Marcha das Margaridas, no mês de agosto.

Desde 2000, a MMM realiza, também, atividades do dia internacional da mulher, 08 de março, de forma organizada em vários países. De lá pra cá, a MMM esteve presente em grandes momentos internacionais defendendo ações por autonomia das mulheres, fim da violência contra a mulheres e apoiando as peculiaridades de cada território.

Mulheres e entidades do Paraná também fazem parte da MMM. Representantes de várias cidades, num total de 110 mulheres, estiveram reunidas nos dias 20 a 22 de janeiro de 2023, em Curitiba, para tratar do planejamento das ações e as atividades do 08 de março. Além de diversas atividades, as presentes discutiram a conjuntura nacional e estadual e o papel das mulheres na democracia.

O que chama a atenção na MMM é a união de mulheres de diferentes agrupamentos e regiões, com a diversidade de cada território, no campo, nas cidades, nas florestas, rios e mares.

Neste contexto, com o lema “Seguiremos em marcha, até que todas sejamos livres”, a MMM fortalece a luta pelos direitos das mulheres, com pautas feministas que valorizam a vida, em cada canto do planeta.




 

Fotos: Plenária estadual da Marcha Mundial das Mulheres, de 20 a 22 de janeiro, em Curitiba-PR,