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quinta-feira, 9 de junho de 2022

Descascar laranjas e a importância de tarefas aparentemente simples

     Adoro descascar laranjas, sem quebrar a casca. Essa tarefa me lembra dois episódios:

1. quando crianças e adolescentes, nós brincávamos pra ver quem conseguia descascar uma laranja até o fim sem quebrar a casca. Imagina, preenchíamos nosso tempo com brincadeiras desse tipo. Resultado: até hoje, a maioria das minhas laranjas descascadas saem inteiras.
 
2. num evento das Pastorais (Universitária, Juventude e Operária), lá nos anos 1980, fui descascar uma laranja e como ela estava madura demais, resolvi cortar em gomos. Um senhor ficou olhando e disse: - minha filha, que benção, você me deu uma grande idéia. Eu sempre tive que pedir pra alguém descascar laranja pra mim, mas agora eu não vou precisar pedir mais.
Eu não entendi o que ele quis dizer. Só quando o vi pegar uma laranja colocar no cotovelo e cortar em pedaços que fui entender, ele não tinha mão no braço esquerdo, o braço ia até o cotovelo. Então, ele firmou a laranja no cotovelo do braço esquerdo e conseguiu cortar com a mão direita.
Se me emocionei, claro...nunca imaginei que algo tão simples pra nós poderia ser tão importante.       
 
 
 
 
   Foto: Blog Tudo Gostoso

sexta-feira, 6 de maio de 2022

As mães e a pandemia

Mãe, sempre tão encantada e cantada em prosa e verso, seja mãe de coração ou biológica, inspiração para muitos e homenageada em todos os tempos.  

Hoje, vamos falar de um tipo de mãe muito especial e ao mesmo tempo comum: a mãe trabalhadora, seja mãe solo, arrimo de família ou mãe que compartilha a vida com um pai.

A mãe trabalhadora, como todas as mães, se desdobrou em cuidados e orações durante a pandemia, cuidou dos doentes e, muitas vezes, esqueceu de si.

No entanto, o sistema no qual vivemos, não as esqueceu. Elas foram as primeiras a serem demitidas na pandemia pelo Covid-19 ou as primeiras a deixar seu trabalho para cuidar das crianças sem escolas, as primeiras a acompanhar os doentes da família e, em muitos locais, foram as primeiras contaminadas e mortas pelo vírus. Várias pesquisas como a publicada no Correio Brasiliense, de março de 2022 comprovam a realidade com relação ao desemprego das mulheres, principalmente as que tem filhos (as).

Num país que, historicamente, demorou para incluir as mulheres no mercado de trabalho e nas escolas e que, apenas a partir da Constituição de 1988, iguala mulheres e homens em direitos e obrigações, não causa estranhamento a situação das mulheres que, excluídas do mercado formal de trabalho, entram na informalidade para sua sobrevivência e dos seus.

Por outro lado, muitas profissionais suspenderam suas carreiras para cuidar da família, e após dois anos, começam a sentir as dificuldades de retornar suas atividades e se sentem tristes mesmo a sociedade não as compreendendo ou apoiando.

Faz-se necessário considerar, também, a situação das mulheres negras e jovens que se torna alarmante visto que negros e jovens foram, também, afetados de forma impiedosa pela pandemia e pela crise econômica.

Não é por acaso que as estatísticas mostram que as mulheres foram as mais desempregadas pela pandemia em relação aos homens no mesmo período entre 2020 e 2022. Isso confirma o que disse a filósofa Simone de Beauvoir, no século XX: “basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”. Acrescentamos a crise sanitária que se misturou com a  crise econômica que vinha se desenhando desde 2016 junto com  a crise política.

Mas, deixando a crise de lado, vamos sim abraçar nossas mães e dar-lhes todo carinho. Vamos reverenciar àquelas que se foram para outro plano da vida, seja pela pandemia ou não.

Vamos valorizar as mães de coração. Vamos valorizar o legado das mães, que sem sombra de dúvida, são seres de luz, como a minha mãe sempre atenta a tudo, com seus infinitos olhos azuis.

 


 Minha mãe, Laura, comigo na minha terceira colação de grau, em Jornalismo, no Centro Universitário Ingá em 29/04/2022.

 Foto: Luis Antônio. 


quinta-feira, 28 de abril de 2022

Justiça! Basta de violência contra as mulheres e meninas!


Triste país que silencia diante de atos violentos e não protege seu povo. 


 

terça-feira, 12 de abril de 2022

Viagra e motociata: distração para o povo

 A compra de viagra, o veto à absorventes para mulheres pobres, a corrupção escancarada no MEC, as tais motociatas e o aumento de armas no país mostra o verdadeiro significado da famosa frase “com o Supremo, com tudo...” proferida por uma raposa velha da política brasileira que, navegou em diferentes governos, perdeu as eleições 2018 e anda silencioso pelos cantos junto com alguns juízes, parte da imprensa, parte das entidades de classe, as forças armadas que, por muito menos, se inflam, fazem moções de repúdio, entram na justiça etc.

Num país que está sem programa de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda, com inflação elevada, corrupção e desemprego, a compra de viagra que logo se tornou piada nacional e as motociatas com dinheiro público continuam servindo como palco para distrair o povo.

Enquanto são feitas as piadas, esquece-se da triste realidade de mulheres e meninas brasileiras que lançam mão de artifícios como jornais e miolo de pão em período menstrual para estancar o sangue que escorre. O projeto para distribuir absorventes para a população vulnerável foi aprovado na Câmara, mas vetado pelo presidente da república que parece enxergar melhor a virilidade dos soldados do que a miséria das pobres.  

Também, se esquece do aumento da inflação que corrói o poder de compra de produtos básicos para a alimentação das famílias. Ao mesmo tempo, casos de corrupção pipocam pelo país afora, com os dois mais recentes, o do MEC e da empresa de fachada que ganhou licitações no governo federal.

Não dá pra esquecer as tais motociatas realizadas com dinheiro público, servidores e cargos de confiança num aparato para mostrar poder viril e intimidação aos que pensam de forma contrária aos mandantes atuais. Motociatas que não passam de propaganda eleitoral antecipada.

Por fim, parece que algumas forças brasileiras esquecem que são servidores públicos e, como tal, deveriam defender a população, ao invés de se inebriaram com o poder e as benesses advindas dele.

Tantas dúvidas, tantas perguntas, tantos medos e incertezas rondam a nação. “Quem irá nos proteger?  Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Silva? Cadê o programa de desenvolvimento econômico?

 

 


 

 

quinta-feira, 31 de março de 2022

Ditadura nunca mais!

 DITADURA NUNCA MAIS!!


Foto: manifestação de 1968, feita por artistas,  contra a censura e contra a ditadura militar.

#ditaduranuncamais




Ong Maria do Ingá recebe o Prêmio Dorcelina Folador

 É hoje, às 19h30 no Auditório Hélio Moreira , na Prefeitura de Maringá, a entrega do Prêmio Dorcelina Folador  para a ong Maria do Ingá Direitos da Mulher. Uma alegria ver a ong,  na qual  atuo e sou uma das fundadoras, receber esse reconhecimento.

@mariadoingamulher

#direitosdamulher


quinta-feira, 3 de março de 2022

O Dia Internacional da Mulher, a pandemia e o alerta para a perda de direitos

     Mulheres mais qualificadas em anos de estudo, direito ao voto feminino, uma presidente da república, lei Maria da Penha, lei do Feminicídio, lei da violência psicológica, entre outras, fazem parte das muitas conquistas ao longo dos séculos XX e XXI.

    Por outro lado, apenas 10% de presença feminina na política, aumento de feminicídios, mais desempregadas na pandemia, aumento da violência doméstica e de importunação sexual, aumento do estupro de meninas são alguns dos muitos pontos negativos que, também, fazem parte da vida das brasileiras. Não é por acaso que o país ocupa a posição de quinto lugar como mais perigoso do mundo para as mulheres viverem.

    De forma contraditória, diante das conquistas, a perda de direitos tornou-se uma sombra na vida das mulheres protagonizada pela falta de políticas públicas, pela redução de orçamento federal no combate à violência, suspensão da implementação da Casa da Mulher Brasileira e ataques misóginos e discriminatórios direcionados à população feminina.

    Com a pandemia, a situação das mulheres se agravou com as demissões, a necessidade de cuidar de crianças sem escolas e dos idosos doentes, a suspensão de suas atividades  profissionais, entre inúmeros desafios trazidos pela Covid. Além disso, junte-se o fato das mulheres serem as mais expostas ao vírus pelo uso do transporte coletivo, pela atuação em profissões da linha de frente na área de saúde e por acompanharem os doentes das famílias. 

    Contudo, a pandemia apenas acelerou um processo que vinha se desenhando no país desde 2016 quando ocorreu o impeachment da presidente Dilma, o qual desencadeou uma onda conservadora marcada por um governo sucessório composto por homens brancos, ricos e supostamente heteros. Por esse processo, os ataques machistas, homofóbicos e racistas encontraram campo fértil para florescer, patrocinados por governos que estimulam a discriminação e usam o ódio como ferramenta de manipulação.

    A boa notícia vem de alguns Estados e Municípios que possuem rede de atendimento às mulheres, com recursos, mesmo que parcos, para o combate à violência, com programas de qualificação, geração de emprego e renda e valorização da mulher. Embora sua existência não seja uma regra no cenário brasileiro, as redes de atendimento municipais estão empenhadas em salvar a vida das mulheres.

    Além disso, o movimento feminista tem sido fortalecido com a inserção das mulheres na política e nos espaços de poder e a colocação das suas reivindicações para a sociedade de forma mais ampla. A realidade, entretanto, mostra que retrocessos se sucedem na área de diretos.

    O alerta continua ligado pois como bem frisou a filósofa e feminista Simone de Beauvoir “Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”.  Mais do que questionados, podemos afirmar que, também, numa crise sanitária como a que estamos vivendo, os direitos das mulheres são retirados.

    A perda dos direitos impacta nas conquistas obtidas rumo à igualdade entre mulheres e homens, é como se tivéssemos que começar tudo de novo. Isso não podemos permitir! Retrocesso jamais!

    Aproveito para fazer um convite. Vamos participar da IV Caminhada/Pedalada pelo fim da violência contra a mulher, dia 12 de março, com concentração às 9 h, na Praça da Catedral de Maringá.