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sexta-feira, 9 de julho de 2021

UEM e Prefeitura (Semulher) assinam convênio para curso de qualificação

Realizou-se na data de hoje, a assinatura do termo de convênio entre a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres. O convênio realizado é para a oferta de curso de qualificação para a rede de atendimento às mulheres em situação de violência, na modalidade ensino à distância.

Participaram da mesa de abertura, o Reitor da UEM, Júlio Damasceno, o vice-prefeito Edson Scabora, a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres (Semulher), Terezinha Pereira e o Chefe de Gabinete da UEM, Alessandro Rocha.

Em sua exposição, a secretária Terezinha agradeceu todas as ministrantes do curso e o apoio técnico do Núcleo de Ensino a Distância da UEM (NEAD-UEM). Segundo ela, o embrião do projeto aconteceu em uma reunião entre o Fórum Maringaense de Mulheres (FMM) e a Semulher, na qual ela comentou que sonhava em fazer um curso de capacitação para a rede de atendimento às mulheres em situação de violência e a professora Eliane Maio disse que também era um sonho dela. A partir daí começaram as reuniões (on line, pois ocorreu durante a pandemia) para a formatação do projeto.

Na sequência, o projeto foi apresentado ao vice-reitor Ricardo Dias e a professora Josimayre Novelle (Coordenadora do NEAD) com professoras da UEM aposentadas que integram o FMM e integrantes da OAB. Após todos os encaminhamentos, gravações de aulas, chegou-se até esse momento de muita emoção. Terezinha Pereira citou nominalmente todas as ministrantes do curso bem como o pessoal de apoio do NEAD, representado pela coordenadora e pelo servidor técnico Erivelto Alves Prudêncio.

Para o chefe de gabinete Alessandro Rocha, a oferta de um curso desse porte se enquadra dentro das diretrizes de inclusão da UEM, que começou com as cotas raciais e culminou com a Política de Direitos Humanos aprovada na instituição.

O Vice-prefeito de Maringá, Edson Scabora salientou a importância do conhecimento e a transformação do conhecimento em obras como a execução do projeto do curso que a partir do conhecimento das ministrantes será proporcionado o conhecimento para aperfeiçoar o atendimento numa área de vulnerabilidade social.

Cumprimentando a todos e todas, o Reitor Júlio Damasceno salientou a relevância da parceira entre a Prefeitura e a UEM, em diversos projetos, sendo este mais um deles que se soma a integração da comunidade acadêmica na cidade de Maringá.

Mesmo de férias, o vice-reitor da UEM, professor Ricardo Dias, também compareceu a cerimônia que, segundo ele, não poderia deixar de comparecer pois acompanhou todo o processo desde a primeira reunião na UEM. Dias também comentou sobre a Política de Direitos Humanos  e a promoção da inclusão na Universidade.

Após as falas procedeu-se a assinatura do termo de convênio e posterior encerramento da cerimônia que seguiu os protocolos de proteção contra o coronavírus contando com poucas convidadas. 

Valquiria Francisco, Presidente do FMM; Vereadora Ana Lúcia Rodrigues representando a Câmara Municipal;  Ana Cláudia Pirajá – Presidente da OAB-Maringá e as ministrantes do curso: Alana Marquezini (Coordenadora do CRAMM- Centro de Referência de Atendimento às Mulheres Maria Mariá); Eliane Maio (NUDISEX-UEM); Eva Santos (Presidente do Conselho Municipal da Mulher de Maringá e do Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques); Margot Jung (AMLGBT- Associação Maringaense LGBT) e  Tania Tait (Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher) foram as participantes da cerimônia.

 

Galeria de Fotos:













 

 

 

 

segunda-feira, 5 de julho de 2021

A inocência do povo brasileiro diante da pandemia

Aquela malandragem e o jeitinho brasileiro à moda Gerson caiu por terra diante de uma pandemia avassaladora que mostrou, também, por incrível que possa parecer, a inocência do povo brasileiro.

A primeira inocência foi quando se pensava que a pandemia duraria pouco tempo. Assim, ficar em casa, sem as festas familiares e os encontros com amigos foram contidos em nome do bem-estar de todo mundo. Menos pra uma parcela da  juventude, que até na atualidade continua se aglomerando em festas clandestinas, sem consciência de que podem contaminar seus familiares e colegas de trabalho.

Muitas pessoas naquele período inicial da pandemia, davam dicas de atividades pra fazer no isolamento, criaram mais vínculos familiares e juntos pensavam que tudo voltaria à normalidade.

A solidariedade em auxiliar os que necessitavam pela perda de emprego e pela perda de renda se tornou um caminho importante para minorar a dor da população, sem esquecer que antes da pandemia o desemprego alcançara a casa dos 12 milhões de desempregados por falta de política econômica por parte do governo federal que tem sua agenda voltada apenas para o agronegócio, bancos e sucateamento dos serviços públicos.

No entanto, o tempo foi passando e o número de mortes por Covid aumentando: 10 mil, 20 mil, 30 mil...50 mil deixou as pessoas assustadas...100 mil...desconforto...200 mil...amigos, familiares, entes queridos...300 mil...500 mil...

O pensamento de que a experiência catastrófica da Europa no atraso ao combate ao Covid permeava a sociedade brasileira, no ritmo do “aprendemos com eles” caiu por terra ao colocar o Brasil entre os primeiros países do mundo em morte e em contaminação.

                                                        Imagem: Olhar Digital

A segunda inocência foi pensar que a postura do presidente Bolsonaro e seu governo fizesse parte da chamada teoria negacionista que não acredita nos protocolos da Organização Mundial de Saúde e, portanto, nega uso de máscara e distanciamento social e promoveu ações contra o lockdown como medida sanitária de controle da propagação do vírus. Não era nada disso, pois agora vem à público que o governo Bolsonaro estava negociando propina em cima da compra de vacina quando brasileiros morriam por Covid.

É muito cruel, no estilo coisa de cinema, imaginar o governo Bolsonaro e seus políticos apoiadores negociarem propina, atrasando a vacinação, de propósito, em cima dos cadáveres de milhares de brasileiros e brasileiras. E o  povo vai pras ruas pelo impeachment do presidente, agora visto como genocida e ladrão.

Tão espertamente malandro, o povo brasileiro se viu às voltas com mais de meio milhão de cadáveres que tem nome, família, sonhos, enfim são pessoas de carne e osso que poderiam estar ainda entre nós, mas que tiveram suas vidas ceifadas pelo atraso na vacinação ocasionada por propinas patrocinada pelos corruptos de plantão que estão no governo.

Tão espertamente malandro, o povo brasileiro vai percebendo, aos poucos, com muita dor, que a vida e a morte, dependem sim de quem detém o poder no governo. 

Tão espertamente malandro e tão inocente ao mesmo tempo, o povo brasileiro viu, ser enterrado muitos sonhos e esperanças de uma vida melhor por um governo que, nesse tempo todo da pandemia, estava negociando as mortes com atraso de vacinas por propina.

E assim segue o Brasil na pandemia, como num requiem...

Requiem 

 

domingo, 4 de julho de 2021

Unidos pelo #ForaBolsonaro

A manifestação de 03 de julho foi maior do que a de 19 de junho, o que demonstra o crescimento da insatisfação do povo com as medidas do governo federal.

O que move esse público que cresce, cada vez mais, é a indignação de corrupção, por parte do Governo Bolsonaro, diante de mais 500 mil mortes. É a descoberta que de não era negacionismo, é NEGOCIONISMO.

Vários partidos políticos, vários movimentos sociais, várias pessoas que vão por elas mesmas, jovens e idosos com um só grito #ForaBolsonaroeSuaQuadrilha 

O ato em Maringá, como em outras cidades, seguiu as recomendação de uso de máscara, distanciamento e álcool em gel. A toda hora, a organização anunciava a necessidade dos cuidados e do distanciamento entre as pessoas.



 
#ForaBolsonaro em Maringá, 3 de julho de 2021
Foto: Tania Tait
 

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Nunca foi fácil lutar pelos direitos das mulheres


A história mostra que mulheres e homens deliravam de alegria ao prestigiar a queima de mulheres na fogueira na Idade Média; mulheres machistas e homens machistas atacavam as mulheres que lutaram pelo direito ao voto; mulheres machistas e homens machistas se unem ao coro de “olha a roupa que ela vestia” nos casos de estupro; mulheres e homens estão juntos quando ofendem e agridem as mulheres que atuam na política; enfim, mulheres machistas e homens machistas se unem para depreciar as mulheres em suas lutas.

Mesmo diante de tantos exemplos em que mulheres machistas se uniram aos homens para atacar os direitos das mulheres, as conquistas foram acontecendo ao longo da história, de forma tímida e lenta, é verdade, mas aconteceram e hoje, as mulheres podem ser e estar onde quiser, na maioria dos países.

No entanto, a luta pelos direitos da mulher é sempre árdua pois não conta com a presença maciça feminina, que no caso brasileiro, representa 52 % da população, ou seja, é a maioria. Ao juntar essa maioria com os homens feministas (sim, eles existem e buscam desconstruir o machismo que habita em nós), as mulheres poderiam, literal e fisicamente, mudar o mundo.

Por outro lado, as mulheres que remam contra os direitos das mulheres podem ter variados motivos para seu comportamento e ação. Dentre eles, pode ser destacado a submissão a autoridade masculina, reconhecida por elas, nos locais de trabalhos, cargos que ocupam, em seus lares etc.

Infelizmente, muitas vezes, algumas dessas mulheres fazem uso de seus cargos de poder para se alinharem ao machismo. Cargos que, inclusive, existem porque mulheres lutaram para que mulheres os ocupassem.

Seja por motivo de dependência emocional, financeira profissional ou doméstica, muitas fecham os olhos para o sofrimento das outras que tem seus direitos vilipendiados. Algumas vão mais além, pois desenvolvem ações para atacar os direitos.

Ao focar aqui na cidade de Maringá, a luta legítima organizada pelo Fórum Maringaense de Mulheres com apoio de várias entidades e órgãos públicos estaduais e municipais, respaldada pela Lei Maria da Penha para que seja uma mulher delegada na Delegacia da Mulher, torna-se mais um exemplo de quão difícil é a luta pelos direitos das mulheres.

Um direito conquistado ao longo das décadas com a criação de um órgão especializado de atendimento às mulheres em situação de violência com uma mulher no comando, que são as Delegacias da Mulher (DM), torna-se alvo de uma disputa patrocinada por órgãos estatais ou oficiais que levam em seu nome a palavra “mulher”.

Ao invés de pautar a garantia dos direitos, tais órgãos desmerecem a luta das mulheres a ponto de questionarem as razões que levaram a criação das DMs e a permanência de uma mulher como delegada.

Nesse sentido, ao invés de focar na necessidade de uma mulher no comando da DM, alguns órgãos se pautaram na troca de delegados que foi a medida tomada pelo delegado chefe, ao transferir de um outro órgão, também importante, uma delegada que atua faz anos na área.

A confusão fez com que veículos de comunicação tratassem a situação como se a transferência da delegada do outro local fosse solicitação do Fórum Maringaense de Mulheres, o qual, em nenhum momento fez esse pedido.

E nessa confusão toda, a Delegacia da Mulher de Maringá continua tendo um homem como Delegado da Mulher.

Como foi reiterado inúmeras vezes pelo Fórum Maringaense de Mulheres, não se discute a competência do delegado, o que se discute é a necessidade de uma mulher no comando da DM, que é um direito legítimo conquistado pelo movimento feminista.

Este é apenas um dos inúmeros exemplos que mostra que a igualdade de direitos aliada ao sonho do empoderamento e da sororidade devem fazer parte da luta pelos direitos das mulheres. Luta que deve ser travada com muita força para que as pessoas tenham a empatia necessária com o sofrimento pelos quais as mulheres passam, desde as ofensas e ameaças por ocupar um cargo na política até o constrangimento e sofrimento ao relatar um estupro sofrido ou uma agressão doméstica.

Mesmo sendo árdua, a luta pelos direitos das mulheres tem resultados e o movimento feminista é considerado, por muitos historiadores, como a maior revolução de todos os tempos pois mexeu com a estrutura da sociedade ao promover a igualdade entre mulheres e homens.