Passada a comemoração e a
ressaca eleitoral, vamos aos dados das eleições 2020 em Maringá no tocante as
mulheres candidatas a vereadoras.
Num total de 279.506
eleitores maringaenses, foram as urnas 195.581 para vereadores, com 175.542
votos em candidatos a vereadores, 11.870 brancos e 9.169 nulos.
As mulheres candidatas a
vereadoras tiveram 34.147 votos. Das 130 candidatas, apenas duas foram eleitas,
o que cobriu a vergonhosa lacuna de uma legislatura sem mulheres. No entanto,
se nos ativermos aos dados, continuamos no mesmo patamar antes desta atual
legislatura.
Para ilustrar a votação
das candidatas, vamos grupar por quantidades de votos. A metodologia usada foi o acesso ao site www.tse.jus.br
e realizada contagem manual, de cada candidata. Depois, procedeu-se a soma
automática e a conferência.
Duas candidatas obtiveram
mais de 2000 votos, sendo que uma não foi eleita devido o coeficiente eleitoral.
Quatro candidatas fizeram mais de mil votos e uma delas foi eleita. Na
sequência, tem-se uma candidata com 999 votos.
Entre 760 e 639 votos,
foram 10 candidatas. Na faixa de 500 votos, foram 6 candidatas. Em torno de 300
votos foram 15 candidatas e em torno de 200 votos, foram 9 candidatas. No
agrupamento com variação de 198 a 100, foram 30 candidatas. Abaixo de 100, a
partir de 91 votos até 0 votos, foram 53 candidatas, sendo destas, 28 com menos
de 50 votos.
A saída das mulheres
candidatas continua girando em torno dos 30% de mulheres candidatas, para
cumprir a lei. Na votação, obtivemos, no total, menos de 30% (20%) ou seja, num
leitorado de 54% de mulheres, a maioria esmagadora votou em candidatos homens.
A despeito do trabalho
árduo e competente realizado pelo Movimento Mais Mulheres no Poder e das
entidades ligadas aos direitos da mulher em Maringá, a maioria das mulheres não
respondeu ao chamado da forma como deveria.
É claro que temos a
comemorar a volta das mulheres vereadoras para a Câmara Municipal de Maringá.
No entanto, precisamos avançar mais e começar esse trabalho urgente.
Alguns pontos precisam
ser trabalhados. Primeiro, torna-se necessário compreender a motivação das
mulheres que não veem nas mulheres candidatas suas representantes e, além de
escolher, fazem campanha para homens.
Outro elemento relevante é
a retomada da campanha pelo aumento da quantidade de vereadores na Câmara, que
pela lei pode chegar a 23 em Maringá. A propaganda de que “aumentar o número de
vereadores, aumenta os gastos” não se sustenta mais, pois o orçamento é o mesmo.
Maringá possui 279.506
eleitores aptos a votar. A cidade conta com mais de 420.000 habitantes. O
aumento da quantidade de vereadores aumenta a representatividade na Câmara e
possibilita que mais mulheres possam ser eleitas.
Além disso, é necessário intensificar
a força das mulheres dentro dos partidos para que as mulheres saiam
efetivamente candidatas, com condições de disputar e, não apenas para cumprir a
cota de gênero.
Temos o que comemorar
sim, mas, com os pés no chão, sabendo que ainda há um grande caminho a ser
trilhado para que haja representatividade igualitária entre mulheres e homens
na política.