Para compartilhar idéias!







sábado, 18 de julho de 2020

A importância da mulher na política

Por Tania Tait

Com base no fato de que as mulheres são 52% da população brasileira e que ocupam menos de 10% de cargos na política, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem se empenhado em campanhas de estímulo para que as mulheres sejam candidatas.

De acordo com os dados do TSE, nos últimos anos mais mulheres foram candidatas, no entanto, o percentual de mulheres na política não se modificou, e as mulheres continuam sendo apenas 10%.

A importância da mulher na política. Café com Jornalista
Imagem: site Metrópoles
Diante disso, vários partidos têm incentivado as mulheres a ser candidatas, principalmente pela representatividade populacional, sem, entretanto, preparar as candidaturas ou fortalecê-las com tratamento igual ao dado aos candidatos homens em termos de orçamento, visibilidade e ocupação do espaço nos meios de comunicação.

As mulheres, além de serem a metade da população brasileira, são as mais qualificadas em anos de estudo e as que mais chefiam as famílias brasileira. Também são as mulheres, em sua maioria, que gerenciam os lares, que acompanham as crianças na escola, os idosos e doentes na área de saúde, que circulam no comércio e movimentam a economia local. Portanto, as mulheres conhecem o cotidiano das atividades e sabem dos problemas.

Contudo, as mulheres não têm representatividade no momento de decidir como estes serviços são fornecidos e não participam do processo de decisão que influência suas vidas e das famílias.

Graças ao movimento feminista e ao movimento de mulheres em geral, muitas conquistas foram obtidas ao longo do tempo, como políticas públicas para mulheres, no combate à violência contra a mulher, na geração de emprego e renda, nos direitos reprodutivos, entre outros. O esforço se torna imenso na medida em que as mulheres precisam convencer aqueles que detêm o poder sobre as suas necessidades.

Cientes disso, as mulheres têm se organizado na sociedade civil de diversas formas, com o objetivo de estimular mulheres para que atuem na área política, garantindo dessa forma, a representatividade que é devida.

Em Maringá, especificamente, são conhecidos três movimentos: o movimento "Mais Mulheres no Poder"; a campanha "Mulheres, passou da hora, vamos ocupar a política!", do Fórum Maringaense de Mulheres; e campanhas de organizações não governamentais que buscam formar as mulheres para a luta política. Destaque para a ONG Maria do Ingá Direitos da Mulher, o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, a Associação Maringaense LGBT e a Associação Nenhuma a Menos.

O "Mais Mulheres no Poder" trouxe uma ação inédita para Maringá ao reunir pré-candidatas a vereadoras para que a Câmara Municipal de Maringá tenha mulheres. Na atual legislatura, tivemos apenas a presença da professora Vilma (PT) por dois meses como suplente. O movimento tem apoio da OAB-Maringá, do Fórum Maringaense de Mulheres e de várias entidades da sociedade civil.

Maringá, em seus 73 anos de história, teve apenas 13 vereadoras, nenhuma prefeita ou vice-prefeita.
Uma das atividades do "Mais Mulheres no Poder" tem sido a realização de debates on-line, com apresentação de pré-candidatas.
No último dia 16, foi realizado o debate sobre o tema "A importância da representatividade da mulher na política", com três convidadas que se apresentam como pré-candidatas a prefeita e a vice-prefeita para as Eleições 2020 em Maringá. As convidadas foram Akemi Nishimori (PL), Coronel Audilene (PP) e Tania Tait (PT) com mediação da advogada Alana Marquezini.

No debate, foram tratados temas relativos a orçamento público, políticas públicas para mulheres, geração de emprego e renda, desenvolvimento regional e integração entre as áreas da Prefeitura. 
Discutiu-se, também, a necessidade de descontrução do machismo na sociedade, a igualdade entre mulheres e homens colocada na nossa Constituição de 1988 e o olhar da mulher sobre os problemas sociais. 

A reivindicação do "Mais Mulheres no Poder", de que 50% dos cargos de confiança no primeiro e segundo escalão da Prefeitura sejam ocupados por mulheres foi tratada no debate, com relato de partidos que já possuem essa experiência em suas direções, com 50% dos cargos ocupados por mulheres.

Ao fim do debate, as convidadas confirmaram o compromisso de atuar contra candidaturas fictícias (chamadas também de candidaturas laranjas) e trabalhar para o aumento do orçamento para as políticas públicas para as mulheres. Esse foi o primeiro debate que reúne mulheres discutindo a cidade e o papel do Executivo. Certamente, o debate entra para a história de Maringá, mostrando que as mulheres têm experiência, capacitação e qualificação para resolver os problemas da cidade.

Coordenadora licenciada da ONG Maria do Ingá Direitos da Mulher, Tania Tait é escritora e professora aposentada da UEM, com doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC e pós-doutorado em História pela UEM. Seu mais recente livro é "As Mulheres na Luta Política" (2020).
Artigo publicado no blog Café com jornalista. Disponível em: http://www.cafecomjornalista.com/2020/07/artigo-tania-tait-importancia-mulher-politica.html

quinta-feira, 16 de julho de 2020

A importância da representatividade da mulher na política

Hoje, 16/07, participo com muita alegria da atividade do Grupo Mais Mulheres no Poder: A importância da representatividade na política. Me somo as mulheres maringaenses na luta para garantirmos mulheres na Câmara de Vereadores, que estejam comprometidas com as causas sociais.
Também, estou à disposição do Partidos dos Trabalhadores como pré-candidata a vice-prefeita junto com o pré-candidato a prefeito Carlos Mariucci. Independente dos resultados das coligações partidárias, as quais sempre respeitamos, coloquei meu nome como representante da força das mulheres na política.
Me sinto motivada e preparada pela minha trajetória na administração pública.
Tomo a liberdade de descrever um pouco da minha trajetória.
Além de professora e pesquisadora na UEM, tive a oportunidade de exercer cargo de chefia na UEM e na Prefeitura Municipal de Maringá. Como pesquisadora, trouxe a abordagem de sistemas de informação na administração pública como tema de doutorado, a qual está no livro Arquitetura de Sistemas de Informação. Do pós-doutorado, eu trouxe a narrativa das mulheres maringaenses no campo de luta contra a ditadura militar, tratada no meu mais recente livro: As mulheres na luta política.
Na Prefeitura, fui Secretária de Administração Municipal e Diretora de Informática, na gestão do saudoso José Claudio. Acompanhei toda a trajetória da prefeitura na implementação de políticas públicas, modernização administrativa, desenvolvimento econômico, orçamento participativo, implantação das Assessorias da Mulher, da Juventude e da Igualdade racial, coordenei o projeto da Praça de Atendimento, entre outras atividades.
No movimento social e sindical, atuei e atuo no Sinteemar e na Aduem, Coordenei a Ong Maria do Ingá - Direitos da Mulher e o Forum Maringaense de Mulheres. Fui presidente do Conselho Municipal da Mulher de Maringá por duas gestões.
Combinei durante toda a minha trajetória a área de tecnologia de informação e comunicação com minha atuação no movimento feminista.
Atualmente, depois de concluído o pos-doutorado, resolvi cursar minha terceira faculdade, Jornalismo.
Mantenho a página Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Regional no Facebook e o blog www.taniatait.com.br
Tenho ministrado palestras e eventos e lives on line. É uma experiência nova, sinto falta do contato presencial, mas é o que temos nesses tempos de pandemia e vamos aproveitar a tecnologia a nosso favor.
No mais, agradeço o apoio e carinho.
Vamos usar máscara, ficar me casa o máximo que pudermos, usar alcool em gel e manter distanciamento social.
Vamos nos cuidar.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Debate: Mulheres na política: importância, desafios e superação



Participarei do Ciclo Onlifes: Debates sobre direitos humanos, sociais e políticos em tempo de COVID-19, organizado pelo Departamento de Ciências Sociais da UEM em parceira com o Sinteemar e a Ong Maria do Ingá - Direitos da Mulher.
O tema será: Mulheres na política: importância, desafios e superação.

domingo, 12 de julho de 2020

A mineração dos dados nas redes sociais digitais


Muito se diz que estamos na era da informação e do conhecimento, que a riqueza pode ser medida pelo volume de informação e conhecimento acumulados do que propriamente pelo bem material.
A Internet apresenta-se como uma fonte poderosa na qual organizações, por meio de ferramentas de mineração de dados e de aplicativos conhecidos como crawlers/scrappers, podem vasculhar dados em um conjunto de sites ou bases de dados.
Os resultados dessas buscas automáticas, ou semi-automáticas, podem ser o perfil de pessoas com o objetivo de traçar o comportamento de possíveis clientes, mas também poderia ser para vasculhar a individualidade de muitos de nós.
Poderíamos até dizer que a Internet, atualmente, é um meio lícito de espionagem indireta. Diferentemente do que acontece no reality show “Big Brother”, que foi inspirado no livro de George Owell intitulado “1984”, onde as pessoas são vigiadas o tempo todo por câmaras instaladas no ambiente interno da residência, na Internet, por meio de redes sociais e acesso a programas de busca, o comportamento de cada pessoa pode ser identificado e usado para o bem ou para o mal.
No início do uso da Internet, havia preocupação com os dados pessoais, os quais poderiam ser copiados ou as pessoas poderiam ser localizadas e monitoradas em governos ditatoriais. Em muitos casos, eram cometidos crimes com nossos CPFs. 
No entanto, com o desenvolvimento e o alcance dos algoritmos utilizados pelas empresas, parte-se para algo mais particular que é o comportamento do indivíduo diante das situações. A partir desse comportamento são direcionadas as vendas de produtos ou serviços, as campanhas eleitorais, entre outros.
A situação se tornou bastante complexa na medida em que empresas se especializam na análise comportamental dos usuários das redes sociais, a partir das informações que os mesmos compartilham.
Nas últimas eleições presidenciais no Brasil e no mundo, essa forma de alcançar as pessoas se tornou muito forte, inclusive com campanhas e propagandas direcionadas aos perfis das pessoas, sem que elas se dessem conta de que estavam sendo manipuladas.
Nesse contexto, estão as empresas das redes sociais e aquelas que fazem análises das informações veiculadas nesses mecanismos. São usados algoritmos potentes desenvolvidos por equipes multidisciplinares compostas por cientistas da computação, matemáticos, estatísticos, sociólogos, psicólogos entre outros profissionais. Essas equipes, além de capturarem os dados, procedem análises desses para que possam ter utilização para quem os adquire.
Não se pode esquecer também, a rede de fake news ou notícias falsas e o uso do aplicativo Whatsapp que é, praticamente, individual, como se o interlocutor estivesse falando diretamente com a pessoa. Neste tipo de aplicativo, pode-se direcionar a mensagem de acordo com o perfil capturado na rede social, inclusive com avaliação da capacidade da pessoa em aceitar e compartilhar fake news sobre determinados assuntos, partidos políticos ou pessoas.
Parece mesmo situação de filme de ficção científica, mas, infelizmente, é a realidade atual que nos coloca dentro de uma vigilância praticamente autorizada pelas informações que disponibilizamos nas nossas redes sociais digitais. Ou seja, quem somos, o que fazemos, onde estamos, o que propomos, qual nossa posição ideológica, como é nosso espírito de solidariedade, nossa espiritualidade, entre outras informações de foro íntimo, as quais se encontram disponíveis nas redes digitais e  podem ser capturados e analisados.
Não se trata apenas de desligar a tomada ou não ter perfis para que não estejamos no emaranhado da rede. A captura vai até onde não imaginamos e pode atingir o conteúdo das nossas mensagens de celular e dos nossos e-mails.
Torna-se necessária regulação séria do uso das redes digitais e das informações nelas veiculadas, bem como da disponibilidade do acesso aos dados pessoais de perfis. Inclusive, é necessário que se criem leis rígidas no combate à criação e à disseminação de notícias falsas. É importante lembrar que a Internet não pode ser território de ninguém, onde tudo é permitido.
Mesmo no mundo virtual, a lei se faz necessária para que essa tecnologia poderosa possa contribuir para melhorar o mundo em que vivemos.

Artigo produzido pelas professoras Maria Madalena Dias e Tania Tait. Professoras doutoras do Departamento de Informática da UEM (aposentadas), integrantes da Ong Maria do Ingá- Direitos da Mulher e do Fórum Maringaense de Mulheres. Área de atuação: sistemas de informação.

 

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Entre a raiva e a tristeza


Estamos desde o mês de março corrente vivendo de uma forma que nunca tínhamos imaginado, ora com isolamento total, ora com isolamento parcial, com escolas, universidade, igrejas e campos de futebol, ente outros, fechados.
Máscaras, distanciamento entre as pessoas e álcool em gel passaram a fazer parte do cotidiano. As máscaras, agora, são marcas do nosso novo visual, como artefatos de moda ou de mural para reivindicações. Não se pode sair de casa sem elas.
O uso das tecnologias de informação e comunicação tornou-se fundamental para a realização de diversos tipos de atividades, desde ensino remoto até solicitação de auxílio emergencial. Dessa forma, palavras como App e live se tornaram corriqueiras nesse mundo virtualizado.
Entretanto, ao mesmo tempo que a população vai se ajeitando com a nova forma de vida, os casos de contaminação e morte continuam aumentando.
Para piorar a situação, o país é governado por um presidente negacionista que faz piadas, minimiza os efeitos da doença, despreza os mortos e seus familiares e não aceita os protocolos da área de saúde. Ou seja, todas as ações, posturas e leis levadas ao congresso pelo governo vão no sentido contrário de proteger e dar segurança à população.
Um misto de ignorância e descrença assola o país, a ponto das pessoas se reunirem em praias, praças ou bares, sem o devido cuidado, como se estivéssemos em uma situação normal.
Nem os números avassaladores inibem a população de sair às ruas à toa ou sensibilizam o governo federal. Até o fechamento deste artigo, o Brasil contabilizava 1.508.991 diagnósticos confirmados e 62.304 mortes por Covid-19.
Vale lembrar que a situação não ficou pior ainda, pois, os governos estaduais e municipais tomaram as rédeas do controle da pandemia em seus municípios e os deputados e senadores votaram auxílio emergencial para as pessoas em situação de vulnerabilidade. Inclusive, ressalte-se que todas as medidas em benefício da população foram, inicialmente, boicotadas pelo governo federal. Inclusive, o governo federal lançou a proposta de R$ 200,00 de auxílio emergencial que foi modificada pelos congressistas, a partir de mobilização dos deputados do bloco chamado de “esquerda”, passando o valor para R$ 600,00.
E como ficamos nós, diante de tudo isso? Ao mesmo tempo procurando seguir as normas da área de saúde, ouvindo a fala de alguns governantes e seus disparates e vendo muitas pessoas não se cuidando e nem cuidando dos outros.
Dois sentimentos estão latentes neste momento: a raiva e a tristeza.
A raiva acontece por saber que tudo poderia ser diferente, pois o governo foi avisado, no mês de março, de que chegaríamos a 100 mil mortos em 6 meses e ao invés de tomar medidas para garantir a segurança da população brasileira, o governo optou por negar a gravidade da situação.
A tristeza surge a cada notícia de tantas vidas perdidas que poderiam ter sido salvas, se medidas efetivas tivessem sido tomadas e cumpridas.
E assim, com o coração apertado, navegando entre a raiva e a tristeza, surge a famosa esperança de que essa pandemia passe logo, que a cura ou a vacina chegue a todo mundo.
Desejamos, que no final de tudo, mesmo descrentes, que a humanidade tenha aprendido alguma coisa.

Tania Tait, professora aposentada da UEM, autora do livro “As mulheres na luta política”