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segunda-feira, 22 de julho de 2019
terça-feira, 16 de julho de 2019
Um dia nosso povo acorda
Tenho conversado e lido postagens de pessoas na faixa de 60, 70 e 80
anos de idade que me fazem refletir. Muitas delas estão sem esperança e
com uma tristeza imensa em ver o que o Bolsonaro e sua trupe estão
fazendo com o Brasil.
Essas pessoas, a quem admiro e respeito muito,
eram adultas durante o período da ditadura militar, lutaram pela
abertura democrática e pelo fim da ditadura, acompanharam os governos
após a abertura e as eleições presidenciais, viram o povo acertar e
errar.Portanto, sentem na pele tudo que foi feito de bom e de ruim no
país.
Agora, após um período de direitos conquistados, de políticas
públicas para a população, com programa de desenvolvimento economico e
geração de emprego e renda proporcionados pelos governos anteriores,
essas pessoas estão vendo o buraco em que está nosso Brasil.
Estamos sem
política de desenvolvimento economico, com o desmonte das políticas
sociais, sucateamento das universidades, a venda das nossas riquezas
naturais, a subserviência aos EUA, o desemprego estrondoso e no meio
disso tudo o retorno aos conservadorismo hipócrita dos costumes,
nepotismo, corrupção, entre outras coisas terríveis.
Fico pensando no
que falar para essas pessoas que com sua experiência contribuem para
nossas reflexões. Não sei se resolve muito, mas me vem a mente, "força,
estamos juntos, ninguém solta a mão de ninguém..." e outras frases
desses novos tempos. Sei que o cansaço chega e pega todos e todas nós,
mas resistir é preciso. Um dia desses novo povo acorda e volta a querer
ser feliz de novo.
domingo, 30 de junho de 2019
O uso do nome de Deus como marketing político e religioso
Ouve-se falar muito no nome de Deus nos
tempos atuais. O “Graças a Deus” não parece sair do fundo do coração mas sim de
uma aula de marketing político para agradar as pessoas.
As expressões faciais de muitos dos que dizem
“Deus” não combinam com o “amor ao próximo”, a caridade e a mansidão pregados
pelo filho de Deus. Muito menos combina uma camiseta com o nome de Jesus vestida
por um presidente da República que faz simulação de metralhar alguém usando o
símbolo de armas que apregou em sua campanha eleitoral.
No entanto, o uso do nome de Deus em vão
não é prerrogativa da atualidade. Na História da Humanidade, encontram-se
inúmeras atrocidades justificadas pelo olhar de Deus. Assim foram as Cruzadas,
a inquisição da Igreja Católica, o extermínio de indígenas e povos originários nas
Américas, a escravidão, entre tantos exemplos de fatos históricos em que “Deus”
sempre surge para justificar as atrocidades cometidas pelos donos do poder e
respaldados pela população em geral.
Também, o uso do nome de Deus rende a muitos
líderes religiosos imensas fortunas financeiras advindas da fé e da confiança
de fiéis. Destaca-se, também, aspectos legais e morais como a pedofília, a
violência contra a mulher, a homofobia, o racismo, entre tantos elementos
fortalecidos pela suposta fé religiosa e um Deus que vai punir, vai perdoar e
fazer com que as pessoas aceitem a sua situação como se precisassem passar por
aquela período para alcançar o reino dos céus.
Uma pesquisa da Universidade Mackenzi
apontou em 2016 que 40% das mulheres que sofrem violência doméstica são
evangélicas. Muitas das vítimas, afirmaram que se sentem coagidas por seus
líderes religiosos a não denunciar os maridos visto que as atitudes dos maridos
são vistas como investida demoníaca e que deve ser combatida com o poder da
oração. Assim, as mulheres que denunciam seus companheiros agressores se sentem
culpadas como se estivessem traindo seu pastor, sua igreja e o próprio Deus, de
acordo com as informações relatadas por mulheres evangélicas.
Muitas citações bíblicas são usadas para
convencer a mulher agredida da necessidade de mansidão e manutenção do
casamento, por meio da oração. Entretanto, um líder religioso deveria se munir
das informações de políticas públicas para salvar a vida da mulher agredida e
seus filhos.
Novamente, o nome de Deus sendo usado para
justificar a aceitação de uma situação de violência e que fere a dignidade e a
autoconfiança das mulheres, que encobre religiosos pedófilos, estupradores,
mortes de mulheres pobres por aborto e a
hipocrisia social que leva as mulheres ricas
a abortarem de modo seguro etc.
Quando se adentra no campo da política, a
situação se complica pois as pautas morais impactam em ações políticas como por
exemplo criminalizar ou não a homofobia e o racismo.
Normalmente, as pautas morais são trazidas
ao cenário político por alas mais conservadoras tantos das igrejas evangélicas
como católica que querem impor às outras pessoas, seu dogmas e preconceitos,
sempre usando o nome de Deus.
Ao atuar dessa forma, esses falsos líderes
ignoram a derrubada das barracas no templo por Jesus, a partilha do pão, a
mudança de postura do cobrador de impostos e do rico e a passagem pelo buraco da agulha.
A escalada de lideranças religiosas
conservadoras na política torna-se incompatível com a propaganda disseminada de
que “política e religião não se misturam”.
Verifica-se a preocupação durante as
eleições da tendência religiosa de candidatos e candidatas e de sua crença em
Deus, como se essa crença os tornasse melhores, na visão de alguns, para
exercer um mandato político, o que nem sempre se configura em realidade.
Da mesma forma que sempre ocorreu em
vários períodos da História, ve-se claramente, na atualidade, essa mistura política e religião que coloca
em xeque a própria constituição brasileira que prega que todos somos iguais mas
que ao mesmo tempo cita “abençoada por Deus” em sua introdução.
Pelo visto, os
marqueteiros de plantão irão incentivar o uso do nome de Deus por parte de
políticos e falsos líderes religiosos por muitas décadas pois, certamente, a fórmula tem dado resultados
positivos para eles.
terça-feira, 25 de junho de 2019
O triste período do “politicamente incorreto”
Três episódios da vida nacional chamaram a
atenção recentemente: a divulgação de conversas entre o juiz Moro e procuradores
mostrando a imparcialidade e indicações em julgamentos, o que vai contra a Lei;
o presidente da República numa Marcha para Jesus fazendo sinal de metralhadora
e uma moça estuprada acusando um jogador famoso.
Os fatos em si são aterradores, no
entanto, mais aterradoras são as posturas de brasileiros e brasileiras diante
dos fatos, minimizando as culpas e tornando o culpado em vítima ou idolatrando
posturas incorretas do ponto de vista moral e legal.
Vamos ao primeiro caso, o do juiz que foi
pego em mentiras. Os que não tem como defende-lo pois ele mesmo se contradisse
em seu depoimento, buscam inverter o jogo e mostram mais preocupações com a
invasão dos dados do que com o conteúdo criminoso dos dados. Mesmo os “tontos
do MBL” conforme chamados pelo juiz numa das conversas, aceitaram um pedido de
desculpas estranho pois o juiz disse que não falou aquilo e chamam uma
manifestação para dar seu apoio ao juiz, que certamente, ri deles pelas costas.
No segundo caso, vemos a incoerência de cristãos
que deveriam pregar amor envolvidos com liberação de armas e incentivo à
violência, como protagonizado inúmeras vezes pelo presidente da República, que
culminou com a sua participação na Marcha para Jesus, simulando uma arma. É totalmente
incoerente com os princípios apregoados por Jesus de amor ao próximo e que se
retornasse hoje, seria crucificado novamente.
O terceiro episódio, sem entrar no mérito
que cabe a polícia investigar, não surpreende pois em praticamente todos os
casos de estupro, uma parcela da sociedade considera que a vítima é culpada,
pela roupa que usou, por estar ali ou, simplesmente, por ser mulher. Essa
parcela da sociedade passa a mão na cabeça dos meninos por serem homens que não
conseguem se conter diante de uma mulher, isenta o juiz pois odeia tanto o
incriminado que acha certo o juiz burlar a Lei para prende-lo e inebriados pela
falsa idéia de segurança admiram o gesto absurdo do presidente da República em
uma manifestação chamada Marcha para Jesus.
O conjunto dos três episódios, vistos por
outro lado que não o político, é resultado de uma cultura existente no país que
durante anos se incomodou com a necessidade de tratar bem as pessoas, não
discriminar negros e homossexuais, respeitar as mulheres (mesmo que por força
da Lei Maria da Penha), entre outras. Essa cultura que leva pessoas a acharem
bonito o famoso jeitinho brasileiro, a burlar o Imposto de Renda, a achar que
pobre tem de ficar no lugar de pobre (mesmo sendo pobre e se enxergando como
não pobre), a jogar lixo pela janela do carro, a não respeitar filas, radares e
leis.
Essas pessoas não aguentaram o “politicamente
correto” e viram esperança num modo de vida que atenda suas
necessidades, explicitadas em conversas de bar e churrascos de família. Essa esperança se deu nas eleições quando
começaram a achar que podem “tudo” e passaram a desmerecer a própria Constituição
Brasileira, chamada de Constituição Cidadã, exatamente por primar pelo respeito
as diferenças.
A própria Internet deu voz a essas pessoas
que sentindo-se dona da verdade, ofendem, ameaçam de morte e depreciam pessoas
que pensam diferente delas, como se isso também não fizesse parte de uma
ideologia que indica claramente que os fins justificam os meios.
As eleições revelaram assustadoramente o
que pensam e fazem mais de 50 milhões de brasileiros, pessoas que se dizem de
fé, muitas religiosas, mas que desejam ter armas e que torcem para que
adolescentes infratores sejam mortos e que a “turma dos direitos humanos” como
dizem seja presa e morta.
O “politicamente incorreto” foi proclamado
pelo presidente da República e amplamente aplaudido por seus eleitores, o que
leva a reflexão de que essas pessoas não perceberam que aquele aspecto moral
que tanto discordam e do ódio criado pelos meios de comunicação contra os
partidos de esquerda, as levaram para um programa político de venda do Brasil,
de falta de geração de emprego e renda e de desenvolvimento econômico, num projeto
que transforma o país em colônia dos países mais ricos.
O politicamente correto era símbolo de
civilidade enquanto o "politicamente incorreto" leva o mundo à barbárie, ao olho
por olho e dente por dente, a tudo aquilo que a História da Humanidade mostra e
que levou, por exemplo, aos fornos nazistas de cremação de adultos e crianças
vivos.
sábado, 15 de junho de 2019
A greve geral leva a reforma da previdência para as ruas
No dia 14/06, data marcada pela greve
geral, que segundo as estimativas mobilizou entre 40 e 50 milhões de
pessoas em todo o país, parando as escolas, os meios de transportes, com a união
de movimento sindical, movimento estudantil, movimentos sociais e religiosos.
As grandes preocupações com
relação a reforma proposta pelo governo são: o empobrecimento da população idosa
e mais pobre, as mulheres, professores(as) e trabalhadores (as) rurais, a capitalização
e a seguridade social.
Pelos cálculos realizados por instituições
sérias, a população demorará mais tempo para se aposentar, o que no caso
brasileiro, pode não acontecer, tanto que a reforma está sendo chamada de “reforma
da morte”.
No caso das mulheres, sabe-se que,
dificilmente, as mulheres tem constância em sua vida laboral, ora por se
afastar para cuidar das crianças e idosos da família ora por serem as primeiras
a serem demitidas quando as empresas querem reduzir custos. Portanto, as
mulheres terão dificuldades em se aposentar nos moldes da proposta
governamental.
O terceiro ponto, chamado de capitalização
coloca a responsabilidade da aposentadoria a cargo do(a) trabalhador(a) que
deverá depositar uma quantia mensal para sua aposentadoria. A proposta não
garante seguro em caso de acidente, não garante o valor do salário mínimo e nem
o que acontece se o banco privado responsável pela conta do trabalhador vir a falir.
Alguns pontos foram retirados da
proposta original, no entanto, o perigo é que essas retiradas se transformem em
leis posteriores, como no caso do sistema de capitalização
Ao ser detectada a necessidade de
uma reforma da previdência, essa deve ser discutida com toda a sociedade e, de
forma alguma, privilegiar os bancos e o mercado financeiro como vem acontecendo
no Brasil.
Por fim, a proposta governamental
apresentada fere a Constituição Federal que com a previdência social e a
seguridade social busca garantir o mínimo de condições para que a população brasileira
tenha uma vida digna em sua velhice.
Toda a atenção sempre!!!
Fotos: Greve Geral de 14/06 em Maringá.
sexta-feira, 7 de junho de 2019
O "conto do vigário" na Presidência da República.
Está muito cansativo e repetitivo ver esse governo que não apresenta
programa de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda ficar
"jogando cartas" para cobrir sua incompetência em resolver os problemas
brasileiros e para esconder os supostos indícios de corrupção do
presidente da República e família.
Além da subserviência declarada aos EUA e das inúmeras ações de retrocesso que realizou em apenas 5 meses, percebe-se que a cada grande problema surgem fatos que desviam a atenção do povo que passa a pensar, a comentar e a reproduzir aquela asneira.
Exemplo disso são as ações e falas do presidente da República e seus ministros e ministras tais como o interesse na sexualidade da Elsa do filme Frozen (pra quem não sabe é uma rainha solteira de um desenho) ou do Bob Esponja (outro desenho), a visita ao jogador acusado de estupro, a "parada" pra comer com caminhoneiros, os absurdos ditos pelo secretário de saúde sobre o SUS, os erros e ações do secretário de educação e do meio ambiente, entre tantas outras coisas.
Quando o estoque do governo acaba, usam o Lula e o PT, como naquela frase daquele político "com o supremo, com tudo"...que acabou em pizza pois o "supremo e tudo" deu golpe, colocou quem queria na presidência e se faz de surdo/mudo para os absurdos e retrocessos e ignora os ataques à nossa Constituição Federal.
Enfim, tudo parece jogada de marketing político pra desviar a atenção das pessoas sobre a grave crise no país, a falta de direção política, a falta de política pública para os que mais precisam, a reforma da previdência que privilegia os bancos, os cortes na educação e saúde, a ligação do presidente e família com a milícia, os envolvimentos escusos dos ministros, as fake news eleitorais e tantas situações a serem desvendadas e resolvidas, todas devidamente ignoradas.
Lamentável que nosso povo ainda caia no famoso "conto do vigário".
terça-feira, 4 de junho de 2019
O elo entre um jogador de futebol e um DJ: a violência contra a mulher
Detentores de duas
profissões distintas na sua atividade mas iguais em promoção e contato com
público, um jogador de futebol e um DJ protagonizaram nessa semana uma situação,
infelizmente, corriqueira na sociedade brasileira: a violência contra a mulher.
Sem entrar no mérito da
justiça que se encarrega de apurar os fatos para inocentar ou culpar as pessoas
envolvidas, o fato gritante é que, mais uma vez, as relações amorosas se tornam
palco de discórdia e violência.
Mais uma vez, homens partiram
para o ataque covarde contra as mulheres pois certamente são fisicamente mais
avantajados que as mesmas e podem dispor dessa força física. Tristemente, mais
um homem jovem agride sua companheira, tenta mata-la e se suicida depois da
violência praticada.
Os dois jovens
protagonizaram duas situações de violências distintas mas que envolveram relacionamento
íntimos entre homens e mulheres.
A história se repete e as
pessoas tecem críticas às mulheres. Estejam mortas ou vivas, machucadas ou não,
as mulheres constantemente são taxadas de vagabundas, aproveitadores, entre
outros impropérios na tentativa de desqualificar a vítima mulher e transforma-la
em culpada do ato violento que elas sofreram.
Independente do
resultado da apuração da situação de violência pela polícia, os danos são
imensos: vidas são perdidas, profissões abaladas e famílias destruídas.
Num país como o Brasil
em que as mulheres sofrem violência de todo tipo, em qualquer lugar, seja em casa
ou na rua, parece que a violência se banalizou, a despeito de existirem leis
mais rigorosas como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminícidio.
O machismo enrustido,
certamente, é o fator motivador para tanta violência visto que considera que a
mulher seja propriedade do homem, desde que nasce.
O que impressiona é
que, quando a violência contra a mulher acontecia nas gerações mais antigas era
entendido pelo fato da ignorância e da formação da sociedade que dava aos
homens o controle sobre as mulheres. No
entanto, com o passar das décadas e a presença forte da mulher no mercado de
trabalho e na formação educacional, a situação mudou e as mulheres passaram a
ser protagonistas de suas vidas. Assim, se pensava que a postura machista
ficaria no século passado.
Mas, não foi o que
aconteceu. Homens jovens estão agredindo e matando suas companheiras como se
elas fossem suas propriedades. Talvez um estudo psicológico pudesse auxiliar no
que acontece com essa nova geração de homens que, a princípio, foi criada sem
entender o significado da palavra “Não”. Portanto, ao ouviram “não” de uma mulher, alguns homens
agem como faziam seus antepassados.
O Brasil vinha
crescendo em civilidade a partir do cumprimento da Constituição Federal,
corretamente chamada de “Constituição Cidadã” que prega, inclusive que “mulheres
e homens são iguais em direitos e obrigações”.
Também, tem algo muito
errado nesse país que, de uns tempos para cá, começou a cultivar o ódio, que se
espalha pelas ruas, pelas casas, pelas escolas...parece que as pessoas estão
perdendo a noção do certo e do errado.
Faz-se necessário um
retorno ao equilíbrio. Não se pode permitir a barbárie que está tomando conta
do país.
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